Mísseis dos EUA continuam na Europa apesar de acordo com Irã

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Um funcionário do Departamento do Estado norte-americano declarou à Sputnik que o acordo alcançado com o Irã na terça-feira (14) não exclui a necessidade da presença da defesa antimíssil na Europa frente à ameaça dos mísseis balísticos de Teerã.

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Pentágono: EUA ainda dispostos a usar força contra o Irã
Para a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, o acordo entre o sexteto de mediadores internacionais (composto por EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha) significa que “o programa nuclear do Irã será exclusivamente pacífica”. Mas os Estados Unidos continuam com a retórica que tem o sentido geral de usar a força militar contra o país do Oriente Médio, “se for necessário”.

A declaração correspondente foi feita pelo secretário de Defesa norte-americano, Ashton Carter.

O representante do Departamento de Estado dos EUA comentou à Sputnik:

“A resolução sucessiva do problema nuclear não elimina a necessidade de defesa antimíssil balística para contrariar a ameaça dos mísseis balísticos iranianos”.

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Lavrov pede que EUA desistam de escudo antimísseis após acordo com Irã
Na terça-feira o chanceler russo, Sergei Lavrov, lembrou-se da declaração do Presidente dos EUA, Barack Obama, feita em 2009, em que ele disse quando o acordo fosse alcançado, a defesa antimíssil na Europa deixaria de ser relevante.

Enquanto isso, a fonte da Sputnik sublinhou que os Estados Unidos continuam preocupados com o programa nuclear do Irã e continuarão tomando medidas para se opor a Teerã, inclusive na área da defesa antimíssil, sanções, controle de exportações e o Regime de Controlo da Tecnologia dos Mísseis (MTCR).

“O presidente [Obama] deixou claro que a resolução sucessiva da questão nuclear não anula a necessidade para a defesa antimíssil balística e que os Estados Unidos continuarão com o compromisso de garantir a segurança dos seus aliados e parceiros contra possíveis ameaças de mísseis balísticos, inclusive àqueles causados pelo Irã e os seus mandatários não-estatais na região”.

Mais do que isso, as sanções contra o Teerã contra o programa antimíssil não só continuarão implementadas, mas também vigorarão nos próximos 8 anos, declarou o representante do Departamento de Estado:

“O presidente Obama tem declarado que as sanções norte-americanas contra o programa antimíssil continuarão em pleno vigor”.

O presidente da comissão de Relações Internacionais do parlamento russo, Aleksei Pushkov, comentou o assunto ao canal de TV russo Rossiya 24.

“Toda a estratégia proposta do escudo antimísseis dos EUA na Europa é baseada em mentiras”.

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O parlamentar russo também lembrou:

“Primeiramente, eles falavam sobre a ameaça de mísseis do Irã, mesmo que o Teerã não tinha nem mísseis, nem razões para um ataque destes. Depois eles falavam sobre uma ameaça fantasma apresentada pela Coreia do Norte, que é localizada em outra parte do globo. E agora eles falam sobre uns 30 países que alegadamente ameaçam realizar ataques de mísseis contra a Europa. Perguntados se listam pelo menos uma dúzia destes Estados, eles nos dizem que é informação classificada”.

O alto funcionário russo concluiu a sua postura dura, dizendo:

“Os oficiais da OTAN parecem hipócritas e mentirosos, porque o escudo antimísseis proposto é de fato destinado contra a dissuasão nuclear da Rússia. Buscando evitar confessar este fato, eles recorrem a mentiras abertas”.

Na terça-feira (14) após 12 anos de negociações foi alcançado o acordo abrangente sobre o programa nuclear iraniano em troca de levantamento de sanções contra o país.

A Rússia tem repetidamente declarado a sua preocupação com a criação dos sistemas da defesa antimíssil na Europa, aprovada durante a cúpula da OTAN em 2010 em Lisboa. Vários países europeus, inclusive Polônia, Romênia, Espanha e Turquia, concordaram hospedar os sistemas no seu território.

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