Paralelamente à conferência, acontecem ainda eventos como a 7.ª BioTech Fair – Feira Internacional de Tecnologia em Bioenergia e Biocombustíveis e a EnerSolar Brasil, com seminários, rodadas de negócios, mostra e exposição sobre o setor.
Segundo o Diretor da ANDAS – Agência Nacional de Desenvolvimento Ambiental Sustentável, diretor da ANAB Brasil e Diretor da GPE – Green Power Energy, o engenheiro Ronaldo Alves, o evento é uma oportunidade de pesquisadores do setor apresentarem seus projetos que visem à sustentabilidade. “Vários pesquisadores, mestrandos, doutorandos, pós-graduandos, esses acadêmicos apresentam seus trabalhos científicos focados na área de bioenergia, de energias renováveis, limpas, a serviço da sustentabilidade e do bem-estar do homem.”
A grande questão destacada pelo diretor da ANDAS na geração de energia com outras fontes é a situação de má gestão, que encarece o serviço para a população. “No caso das nossas reservas hidrelétricas, se entrarmos no Operador Nacional do Sistema Elétrico, verificaremos que as nossas reservas das hidrelétricas estão abaixo do volume morto. Por isso, nós estamos usando as termelétricas, em que o megawatt-hora(MWh) de energia com essa ‘tarifa vermelha’ que o Brasil inteiro está pagando está acima dos R$ 900,00, enquanto no último leilão de energia eólica foi comercializado a R$ 117,00. Com relação à viabilidade econômica, é inequívoca a condição de que a energia eólica é viável, sim. O que houve foi um problema de gestão. Temos um potencial eólico equivalente a 10 usinas de Itaipu, e não usamos 1% disso.”
O ambientalista Ronaldo Alves acredita que o Brasil precisa ter um projeto de planejamento energético mais coerente e equilibrado com os nossos recursos naturais renováveis.
Ele chama atenção ainda para a negligência por parte do Governo no setor, onde, por exemplo, o Atlas Eólico Brasileiro está desatualizado em relação aos padrões internacionais. “No caso da energia eólica, o nosso Atlas Eólico tem mais de 20 anos, e quando ele foi feito utilizaram torres anemométricas com 50 metros de altura, sendo que os níveis aceitáveis dessas medições de ventos no mundo são com torres de 100 metros de altura, ou seja, o nosso Atlas está subestimado, e o cálculo de 10 usinas de Itaipu está subestimado – na verdade é quase o dobro, ou mesmo o dobro. Nós temos um potencial real equivalente a quase 20 usinas de Itaipu.”