Em seu encontro com Sergei Naryshkin, presidente da Duma de Estado (câmara baixa do parlamento russo), o presidente da Assembleia Parlamentar da Organização de Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), Ilkka Kanerva, disse que iria pedir os dirigentes da União Europeia deixar de implementar medidas restritivas em relação às delegações nacionais quando se trata de reuniões da Assembleia.
Kanerva, de nacionalidade finlandesa, frisou que também iria dirigir-se com o mesmo pedido aos líderes dos países-membros da União Europeia.
Em inícios de julho, a Finlândia negou a entrada ao país a uma parte da delegação de parlamentares russos sujeitos às sanções europeias. Sergei Naryshkin estava entre os nomes. No entanto, aquela delegação estava se deslocando para o país vizinho com o objetivo de participar da sessão da Assembleia Parlamentar da OSCE.
A decisão sobre a restrição da viagem foi tomada pelo governo finlandês com o intuito, segundo explicaram depois, de fazer vigorar as sanções impostas pela UE à Rússia por causa do conflito ucraniano.
No entanto, o chefe do Comitê para Assuntos Internacionais da Duma de Estado, Aleksei Pushkov, disse que a UE, com seus 28 Estados-membros, não tem condições para dizer aos 57 Estados integrantes da Assembleia Parlamentar da OSCE o que eles devem fazer:
"Resulta que a minoria dita as regras do jogo à maioria", frisou Pushkov.
Ao mesmo tempo, o presidente do Comitê para os Assuntos da CEI (Comunidade de Estados Independentes, integrada por vários Estados que tinham sido parte da URSS), Leonid Slutsky, foi cético quanto à possibilidade de a Assembleia aprovar uma resolução no sentido discutido por Kanerva e Naryshkin.