Gundersen lembrou que o problema do vazamento de água radioativa da central está longe de ser resolvido e tem se tornado mais grave com o tempo.
"Se o processo de desmantelamento dos reatores foi completado na usina de Fukushima? Se todos os problema foram resolvido? Se devemos nos preocupar? A resposta é: não, a catástrofe não terminou, os problemas continuam e nós ainda temos com o que nos preocupar" – revela Gundersen.
"Três reatores da usina nuclear de Fukushima estão em contato direto com águas subterrâneas. Os desenvolvedores e engenheiros de centrais de energia nuclear nunca levaram isso em conta. Mas o processo ininterrupto de vazamento de água extremamente poluída pela radiação faz com que a eliminação das consequências do acidente seja 100 vezes mais difícil e 100 vezes mais custosa do que no caso da catástrofe de Chernobyl. A liquidação das consequências do acidente de Chernobyl custou três bilhões de dólares, enquanto que Fukushima custará meio trilhão de dólares" – acredita o especialistas.
Na sua opinião, cerca de 300 toneladas de águas radioativa estão escapando para o oceano, o que já levou a um volume total de vazamento equivalente a 23 mil navios petroleiros com líquido contaminado.
"As empresas de energia japonesas pegaram dezenas de bilhões de dólares em empréstimos junto aos bancos japoneses para pagar os salários dos funcionários dos reatores parados. O único jeito de pagar essas dívidas é reativando a usina nuclear. Minhas fontes no Japão contam que os bancos estão exercendo forte pressão sobre o parlamento japonês para que este aprove a reativação da usina nuclear e para que os investimentos sejam retornados. Pesquisas de opinião pública mostram que a maioria dos japoneses é contrária à reativação da usina, já que a Tepco e o governo japonês tentam fazer de tudo para mostrar que a eliminação das consequ6encias do acidente e o desmantelamento do combustível fundido da central nuclear de Fukushima-1 são realizáveis, apesar de isso ser impossível até mesmo por conta do nível de contaminação radioativa" – afirma Gundersen.