A lista unitária, que tem o nome oficial de Junts pel Sí (Juntos pelo Sim), representa uma ampla campanha de identidade cultural e política que ressuscita a ideia da independência desta região do Leste da Espanha.
Na sexta, o presidente da Generalitat (governo autônomo), Artur Mas, do partido Convergència Democràtica de Catalunya (CDC), aceitou uma parceria com Oriol Junqueras, líder do partido opositor Esquerra Republicana de Catalunya (ERC) para juntos competirem nas eleições regionais de 27 de setembro do ano em curso.
Se a lista vencer, Artur Mas permanecerá na presidência da comunidade autônoma, com Junqueras como vice. Outras pessoas na lista são o ex-eurodeputado pelo partido Iniciativa-Verts, Raül Romeva, a ex-presidente da Assembleia Nacional Catalã, Carme Forcadell, e a presidente da fundação Òmnium Cultura, Muriel Casals.
Para os soberanistas, a candidatura conjunta reforça as chances da sua causa. O porta-voz do projeto, Romeva, declarou que os catalães irão tentar a independência unilateralmente, mesmo se a Espanha, governada pelo Partido Popular, de centro-direita, bloquear as ações do governo regional, como fez em 11 de novembro de 2014, ao declarar inconstitucional o referendo sobre a independência.
Aquele referendo acabou por acontecer, mas não teve valor legal e até agora não trouxe resultado.
“Se no processo o Estado espanhol, através de decisões jurídicas ou políticas, bloquear o 'autogoverno' da Catalunha, do governo ou do parlamento catalão, avançaremos com uma declaração de independência”, disse Romeva durante a apresentação da lista conjunta, na tarde da segunda-feira em Barcelona, capital da comunidade autônoma.
Euroindependência
A questão da independência não é novidade para a Europa. Agora, a crise grega e a polêmica em torno a este assunto provoca uma discussão séria sobre a eficiência do projeto da zona do euro. Surgem vozes que insistem que um ou outro país precisa sair da zona do euro; há até quem afirme que todos os países deveriam abandonar a União Europeia para obter independência, tanto política, como econômica.
A Catalunha, junto com a Escócia, são dois exemplos marcantes: em 2014, conseguiram realizar referendos. A Escócia, até mesmo continuando fazendo parte do Reino Unido, considerou o referendo como um enorme êxito, já que a persistência da causa foi provada.
Se o referendo escocês foi reconhecido, o catalão ficou na história como um acontecimento simbólico. Mas, com mais de 2 milhões de votos a favor da independência, o símbolo mostra tendência de se materializar.