Os norte-americanos estão muito bem informados sobre as vantagens da baía Cam Ranh, porque durante a agressão no Vietnã eles tinham lá uma base militar sua.
Mas não só os americanos. A Rússia também conhece muito bem a baía desde 1905, quando pela primeira vez foram recebidos os navios do Império Russo.
60 anos depois, americanos vieram em Cam Ranh e estabeleceram ali uma base militar, um porto e aeroporto. E em 1979 a União Soviética e o Vietnã assinaram um acordo sobre o uso de Cam Ranh para estacionamento temporário de navios e aeronaves da Marinha Soviética. O assunto da possibilidade de retorno da Rússia a Cam Ranh foi levantada nas negociações dos primeiros-ministros dos dois países em 2012. E logo depois, em 2014 o Vietnã estabeleceu um procedimento que simplifica a entrada dos navios russos à baía.
Tudo isso provocou uma reação negativa dos Estados Unidos que estão procurando aumentar a sua atividade política e presença militar na região do Mar da China Meridional. Estados Unidos pediram que o Vietnã não preste nenhum serviço aos navios e aeronaves russos na baía para evitar tensões.
Esta posição deixou perplexo o Ministério das Relações Exteriores russo, que reagiu assim: "É muito estranho ouvir tais declarações de representantes de um Estado cujas Forças Armadas são implantadas de base permanente em uma série de países da Ásia-Pacífico, e que continua aumentando o seu nível de atividade militar na região".
O especialista militar vietnamita coronel Le The Mau, contatado pela Sputnik, observou que as pretensões dos EUA sobre Cam Ranh são absolutamente infundadas:
"O Vietnã mantém cooperação técnico-militar com muitos países. Mas em primeiro lugar temos a cooperação com a Rússia… Este é o nosso parceiro mais confiável que fornece para o Vietnã armas e equipamentos mais eficazes, submarinos em particular".
"Sabemos muito bem das vantagens estratégicas de Cam Ranh e vamos continuar a usá-la para reforçar a defesa do país. Portanto, nunca permitiremos que qualquer país utilize Cam Ranh contra um país terceiro. O Vietnã é capaz de monitorar a atividade militar no Mar da China Meridional por sua própria conta", frisou o coronel.