Após acordo nuclear com Irã, protesto pró-Israel ocupa ruas nos EUA

© REUTERS / Mike SegarManifestantes contra o acordo nuclear dos EUA com o Irã em Times Square em Nova Iorque
Manifestantes contra o acordo nuclear dos EUA com o Irã em Times Square em Nova Iorque - Sputnik Brasil
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Segundo informou a agência AP, milhares de manifestantes lotaram a Times Square em Nova York na noite da quarta-feira para exigir que o Congresso vote contra o acordo dos EUA com o Irã.

Enquanto a multidão se aproximava por trás de barricadas policiais, gritos de "Mate o acordo!" (Kill the deal!) eram ouvidos. O evento, anunciado como o "Stop Iran Rally" ("Manifestação para Parar o Irã"), consistia principalmente de apoiantes de Israel, embora os organizadores tivessem insistido que ele representa os americanos de todas as religiões e convicções políticas.

Os manifestantes pediram ao Congresso para rejeitar o acordo segundo o qual os EUA concordam em levantar as sanções econômicas contra o Irã em troca de medidas que impedem o país de fabricar armas nucleares. 

O presidente Barack Obama disse que os EUA consideram o Irã como um adversário cujas atividades serão acompanhadas de perto.

Durante a manifestação, Alan Dershowitz, um proeminente advogado judeu, disse que estava "contra o acordo por ser um democrata liberal". Ele disse que acredita que a democracia foi "ignorada" porque a administração de Obama negociou o acordo sem a participação do Congresso.

"Essa não é a forma de como a democracia deve funcionar", disse ele à multidão.

Os países membros do Conselho de Segurança da ONU votaram a favor da resolução sobre o programa nuclear iraniano.

No documento diz-se que o Irã não pode criar armas nucleares, mas pode usar a energia atômica para finalidades civis. Todos os membros permanentes (Reino Unido, China, Rússia, EUA e França) e dez membros não permanentes do Conselho de Segurança votaram a favor da resolução. Além disso, a AIEA vai monitorar as atividades do setor atômico iraniano ao longo de 25 anos. 

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Em um comunicado feito na quarta-feira, Peter King, ex-presidente do Comissão de Segurança Interna da Câmara de Representantes, disse que ele participou de um briefing com o secretário de Estado, John Kerry, e "ainda está convencido de que este é um mau negócio para os Estados Unidos".

"Foi um passo totalmente errado e arrogante da administração de Obama a apresentar o acordo para a ONU antes de o Congresso o aprovou", disse ele. "É definitivamente a minha intenção de votar não sobre este acordo com o Irã".

Os protestos nas ruas dos EUA e o descontentamento total com as ações de Obama no Congresso podem ser interpretados como sinais de que o acordo pode ser ainda cancelado. Segundo a própria mídia norte-americana, os Estados Unidos continuam a política de duplos padrões. Ao firmar o acordo com o Irã, o país ao mesmo tempo tenta criar um sistema de segurança coletiva contra o Irã. Assim, o Wall Street Journal cita um alto funcionário do governo de Obama que diz que o governo quer acelerar as transferências de armas para seus parceiros no Oriente Médio.

Não há nenhuma garantia de que o acordo mantenha sua força depois do mandato presidencial de Obama. Alguns especialistas afirmam que parece que os próximos donos da Casa Branca vão fazer tudo o possível para cancelar o acordo, retomar as sanções contra o Irã e tachar a República Islâmica de organização terrorista.

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