Raul Vital Brasil explica que a ideia é utilizar o equipamento nas operações de fiscalização contra o trabalho escravo em todo o Brasil, mas no Rio de Janeiro vão ser utilizados em fase de testes, porque o uso de drones ainda não é regulamentado no país. “Nós já fizemos contato com a ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil, iniciamos o pedido de entendimento para ter essa autorização para utilizar. Por isso, por enquanto, os drones vão ser utilizados como testes, em locais ermos, sem população, sem colocar ninguém em risco, sempre com bom senso e segurança.”
O auditor-fiscal informa ainda que a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Rio de Janeiro recebeu seis drones, doados pelo Ministério Público do Trabalho. Um dos equipamentos vai ser doado para a Polícia Rodoviária Federal, instituição parceira no combate ao trabalho escravo rural e urbano. Os policiais também participaram do treinamento junto com os auditores para aprender a manusear os drones.
Segundo Raul Vital Brasil, cada aparelho modelo Inspire 1 possui uma câmara capaz de fotografar e filmar em resolução de 4K (Ultra HD). Os voos duram cerca de 20 minutos, com alcance de aproximadamente dois quilômetros e a cerca de 70 metros de altura.
O chefe do Setor de Planejamento da Seção de Segurança e Saúde no Trabalho chama a atenção para o avanço do trabalho escravo que está saindo do meio rural para a região urbana. “No princípio, nós tínhamos uma predominância no meio rural. Hoje, já se percebe o trabalho escravo no meio urbano, principalmente em obras que usam alojamentos, em pastelarias, e agora muito forte na área de pesca.”
Segundo o Ministério do Trabalho, em 2014 foram realizadas 248 operações de fiscalização de combate ao trabalho escravo no Brasil, em que mais de 1.600 trabalhadores em condição semelhante à de escravos foram resgatados.