As meninas diziam que queriam juntar-se às fileiras do grupo terrorista, mas que não tinham suficiente dinheiro para comprar as passagens. Os militantes transferiam o dinheiro para as contas das meninas, mas depois disso despareciam as meninas, o dinheiro e os perfis em redes sociais.
“Ele começou a atrair-me e dizer: ‘Você não quer vir à Síria? É muito agradável ali’. Eu respondi a ele que não tenho dinheiro. E ele propôs enviar dinheiro para a minha conta”, disse uma das meninas.
Na verdade isso foi um simples rodeio. Quando os terroristas transferiam o dinheiro, as contas ficavam fechadas e a comunicação com as meninas cessava. Nenhuma delas almejava planos sérios de mudar para a Síria.
O processo de recebimento de dinheiro de recrutadores do EI leva muito tempo e é dividido em um série de etapas. Em primeiro lugar, a menina estabelece contato com o recrutador e logo envia as suas fotos, nas quais fica visível o rosto. Entretanto, fotos de outras meninas são frequentemente enviadas. Isto serve para assegurar que tudo é sério, e por isso o representante dos terroristas propõe ajudar com dinheiro. Assim ele fica vítima de fraude.
Todas as meninas neste momento estão sob investigação na Chechênia.
Ao mesmo tempo, o problema de partidas verdadeiras de cidadãos russos ao Oriente Médio para a adesão aos grupos terroristas fica cada vez mais sério. Segundo informou numa entrevistas com o jornal Kommersant o chefe da Agência Federal de Assuntos de Nacionalidades Igor Barinov, cerca de dois mil cidadãos russos (principalmente das regiões do Norte do Cáucaso) partiram à Síria e ao Iraque para juntar-se às fileiras do Estado Islâmico.