De acordo com o relatório, os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina foram os que tiveram o maior número de vítimas do tráfico de pessoas no país, em 2013. Foram 184 registradas em São Paulo, 29 em Minas Gerais e 25 em Santa Catarina. Os dados foram obtidos através de um levantamento feito nas delegacias das polícias civis dos Estados.
No estudo constam registros de nove tipos diferentes de tráfico de pessoas ou crimes relacionados a essa prática ilegal. Entre os casos estão pelo menos um registro de entrega de filho, submissão de criança ou adolescente à prostituição ou à exploração sexual, e remoção de órgãos, tecidos ou partes do corpo humano.
Do total dos 254 casos registrados, a exploração sexual está como a principal atividade do tráfico de pessoas: foram 134 casos, o que representa 52,8% das ocorrências somadas de crimes de tráfico interno e internacional, e 111 registros de trabalho escravo, ou seja, 43,7% das ocorrências.
Também são considerados crimes, no tráfico de pessoas, a remoção de órgãos, a adoção irregular e com fins financeiros e a mendicância forçada.
Ainda segundo a pesquisa, em 2013 foram realizadas 185 operações de combate ao tráfico de pessoas, em 310 estabelecimentos, resultando em 2.089 trabalhadores resgatados. Em Minas Gerais, foram 446, e em São Paulo, 419.
Segundo a ONU, o crime de tráfico de pessoas muitas vezes passa despercebido, mas é o terceiro mais lucrativo no mundo, perdendo apenas para o tráfico de drogas e armas.
O Ministério das Relações Exteriores informou que em 2013 foram 62 vítimas brasileiras no exterior, sendo 41 casos de tráfico para exploração sexual, o que corresponde a 66% do total, e 21 registros de trabalho escravo, ou seja, 34% das ocorrências.
A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República divulgou também o aumento no número de denúncias recebidas sobre o tráfico de pessoas de 2011 a 2013, passando de 26 para 218.