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Especialistas creem na previsão da FAO: Brasil será em 10 anos 1º exportador de alimentos

© Agência Estado / Celso JuniorPlantação de soja.
Plantação de soja. - Sputnik Brasil
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Até o ano de 2024, o Brasil passará da condição de segundo para a de primeiro exportador mundial de alimentos. A previsão é de Alan Bojanic, representante para o Brasil da FAO, a divisão da ONU para Alimentação e Agricultura.

Ao participar de um fórum sobre temas agrícolas em São Paulo na terça-feira, 4, Alan Bojanic afirmou que “o Brasil terá no futuro um papel preponderante na tarefa de prover alimentos para o mundo”. Em suas palavras, "se hoje o Brasil é o segundo maior exportador global de alimentos, em volume, em 10 anos poderá se tornar o número 1 no ranking, tanto em volume como em valores".

A avaliação de Bojanic é baseada no Relatório FAO OCDE 2015-2024, estudo da FAO em conjunto com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre perspectivas para a agricultura brasileira na próxima década.

Para o jornalista e veterinário Luiz Octavio Pires Leal, editor da revista “Animal Business Brasil”, publicada pela Sociedade Nacional de Agricultura, as previsões da FAO estão corretas:

Colheita de grãos no Vale do Araguaia, Tocantins - Sputnik Brasil
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FAO e OCDE apontam boas perspectivas agrícolas para o Brasil
“O Brasil já é hoje o primeiro produtor e exportador mundial de frangos de corte do planeta”, informa o Dr. Pires Leal. “O mesmo progresso está se verificando com a carne suína. Em matéria de bovinos, também há grandes progressos com a aplicação das mais modernas técnicas para reprodução, criação, engorda e abate destes animais. O mesmo se poderá dizer dos demais produtos agrícolas.”

Alan Bojanic destacou ainda que “dados atualizados apontam para uma população global de 9,7 bilhões de pessoas em 2050, 37% maior que a população atual. Para prover alimentos para todos, a produção mundial de alimentos deverá crescer 80%.”

O especialista brasileiro Luiz Octávio Pires Leal concorda com estes argumentos e diz que o Brasil tem todas as condições para atender a esta demanda:

“Temos uma grande quantidade de terras aproveitáveis em todo o Brasil, temos sol o ano inteiro em praticamente todo o país, temos a melhor tecnologia e temos ainda os grandes avanços representados pela Embrapa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.”

Outro especialista a concordar com as ponderações de Alan Bojanic é o economista Gilberto Braga, professor do Ibmec-Rio e da Fundação Dom Cabral. Mas ele entende que, para atingir a condição de primeiro exportador mundial de alimentos, o Brasil deve investir em infraestrutura:

“Hoje, o maior entrave para que o Brasil atinja este patamar é a questão logística”, observa o economista. “O Brasil precisa de rodovias, hidrovias, portos, malha ferroviária e espaços para armazenamento das mercadorias. Temos o desenho, digamos assim, e temos a tecnologia para alcançar esta solução. Mas, neste ponto, temos de levar em conta o fator político: quem estará no poder em 2024, quem dominará o cenário político na época, e quem terá interesses em áreas agrícolas específicas. Esta é uma discussão que vai longe. Por isso, é preciso racionalizar a produção, o que inclui o transporte das mercadorias, o preço justo dos fretes e uma harmonia entre toda a cadeia produtiva e o Governo. É preciso encarar a questão agrícola como o que ela deve realmente ser, o agronegócio. A partir daí, o Brasil estará plenamente apto a se tornar o primeiro produtor e exportador mundial de alimentos.”

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