Há alguns dias, a agência de classificação de riscos Standard & Poor’s rebaixou a perspectiva da economia do Brasil, o que, segundo alguns analistas políticos, colocou o país numa condição muito próxima à de assumir o risco de perder o grau de investimento.
Nas palavras de Otávio Canuto, “os ratings das agências de classificação de riscos refletem a capacidade de um país cumprir o pagamento de suas dívidas e também da sua disposição de cumprir esses serviços. Não vejo, no atual momento do Brasil, esta disposição pelo não pagamento”.
Para o também economista Roberto Fendt, diretor-executivo do Cebri – Centro Brasileiro de Relações Internacionais, há duas maneiras de ver esta questão:
“Tomando as declarações do Dr. Otaviano Canuto ao pé da letra, ele está querendo dizer que, em primeiro lugar, aconteceu a deterioração das contas públicas.”
Fendt analisa que, junto com a situação dos escândalos de corrupção, os dois fatores estão provocando a crise política. Ou então, ao contrário: a corrupção e, depois, a deterioração das contas públicas estão causando a crise política no país. “Eu gostaria de conhecer mais as razões que levam o Dr. Otaviano Canuto a ser tão otimista. Entretanto, eu gostaria de conhecer melhor o pensamento para saber as razões de ele estar tão otimista.”
Ainda na palestra da Fundação Getúlio Vargas, que integrou a programação do seminário “A Agenda de Crescimento no Brasil”, Otaviano Canuto defendeu a necessidade de um pacto entre os partidos e instituições. Nesse particular, o economista elogiou as recentes iniciativas do Vice-Presidente Michel Temer, que tem defendido esta tese e sugerido um amplo entendimento nacional.