Essa votação é uma espécie de primeiro turno simbólico, uma grande pesquisa de opinião pública que pode influenciar os eleitores para as eleições gerais que acontecerão no dia 25 de outubro, quando 32 milhões de argentinos vão decidir quem vai substituir Cristina Fernández de Kirchner.
Nas pesquisas, o candidato do partido do governo, Daniel Scioli, lidera as intenções de voto com uma média de 35%. Seu adversário é o prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, de oposição, que conta com 25% das preferências.
Rafael Araújo explica que normalmente os candidatos mais bem posicionados nas eleições primárias, chamadas de Paso, vão se sair melhor nas eleições gerais. Além disso, as coalizões que conseguirem menos de 1,5% dos votos nas primárias ficam de fora das gerais.
“O 9 de agosto sinaliza muito do que pode acontecer na eleição de outubro”, avalia Rafael Araújo. “As eleições primárias servem para que projetemos possíveis vencedores e possíveis cenários políticos para a Argentina. É uma eleição de peso, já que, pelo fato de ocorrer a quase 50 dias antes das eleições gerais, pode ser um termômetro do que vai acontecer em outubro.”
O especialista ainda chama atenção para o fato de que as eleições primárias vão mostrar para Cristina Kirchner o que poderá acontecer com o kirchnerismo no próximo período. “Cristina não virá candidata, abriu mão de qualquer disputa. Ela poderia ser candidata ao Parlamento, ou até para governadora ou prefeita de Buenos Aires, mas, nesse momento, abriu mão de qualquer cargo eletivo. Já o filho dela,Máximo Kirchner, será candidato pela Província de Santa Cruz, reduto eleitoral dos Kirchner. De certa forma, estará perpetuando o nome da família na política argentina. Para o Governo Kirchner, as eleições primárias vão mostrar até que ponto o candidato oficial Daniel Scioli poderá ir nas eleições de outubro.”