EUA e seus aliados: desconfiança mútua

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O jornal chinês Huanqiu Shibao assegura que não precisamos ficar surpreendidos com o facto de que os Estados Unidos vigiam mesmo os seus aliados.

É de lembrar que, em 2011, houve dois grandes escândalos de espionagem norte-americana: o grampeamento dos telefones de Angela Merkel e Dilma Rousseff.

Nas relações dos Estados Unidos com os seus aliados, os interesses mais importantes são os de Washington. A edição dá exemplo do Tratado de Cooperação Mútua e Segurança entre os EUA e o Japão:

“Desde o aparecimento da aliança, Washington limitou constantemente Tóquio quanto aos direitos de defesa coletiva. De acordo com o Tratado, os EUA são responsáveis pela segurança japonesa, mas o Japão não tem direito de os apoiar nisso”. 

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Assim, os Estados Unidos não deixam o Japão desenvolver a sua potência militar.

O jornal chinês considera que Washington não confia em Tóquio e, por isso, tratam o país mais severamente do que outros aliados:

“A inteligência norte-americana vigiou atentamente o Japão, eles até têm os seus agentes junto do gabinete do primeiro-ministro.”

Além disso, segundo a edição, as autoridades norte-americanas vigiam Israel. Mesmo a Nova Zelândia está sob supervisão dos EUA, embora o país pertença ao grupo Five Eyes (Cinco Olhos) – aliança dos serviços de coleta de dados de inteligência, composta pelos EUA, Grã Bretanha, Austrália, Canadá e Nova Zelândia.

Entretanto, a edição afirma que a falta de confiança entre os aliados é um fenômeno habitual, porque os aliados dos Estados Unidos também espiam Washington. No ano passado, a WikiLeaks publicou informação sobre escutas telefónicas de Angela Merkel, chanceler alemã. A parte alemã ficou zangada, mas isto foi fingido, segundo o Huanqiu Shibao:

“Todos estes países, por um lado, cooperam, mas por outro lado, recolhem informação uns dos outros, tentam saber o mais possível.”

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Mais do que isso, o governo norte-americano espia os seus cidadãos, o que, naturalmente, provoca descontentamento. Por isso, em junho de 2013, Edward Snowden, ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA na sigla em inglês), passou aos jornais The Washington Post e The Guardian uma série de materiais secretos sobre os programas de vigilância na Internet, elaborados pelas agências de inteligência estadunidenses e britânicas.

Depois disso, em junho, 2015, o governo norte-americano teve que adotar a Lei da Liberdade, uma lei que consolida os poderes de vigilância da NSA. A lei formalmente permite o controverso direito da NSA em coletar e reter dados telefônicos, e põe fim ao primeiro cerceamento a tal coleta de informações desde os ataques terroristas de 11 de setembro nos EUA.

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