Em cerimônia do Programa Minha Casa, Minha Vida, Dilma admitiu o momento de dificuldade pelo qual passa o Governo, mas voltou a garantir que o período é passageiro. Ela ressaltou que o Brasil precisa de quem pense mais no país do que nos partidos. “O Brasil precisa de uma coisa: o Brasil precisa muito, mais do que nunca, que as pessoas pensem primeiro nele, Brasil, pensem no que serve à nação, à população brasileira, e só depois pensem em seus partidos e nos seus projetos pessoais. O Brasil precisa de estabilidade para fazer essa travessia. É necessário que as medidas que sejam urgentes sejam tomadas. Ninguém que pensa no Brasil, ninguém que pensa no povo brasileiro deve aceitar a teoria, os processos que falam assim: ‘Ah, eu não gosto do Governo, então vou enfraquecer ele. Aí eu aposto no quanto pior melhor.’ Quanto pior melhor, melhor para quem? Essa é a pergunta? É pior para a população, é pior para o povo, é pior para todos nós.”
A presidente ainda criticou as votações que estão ocorrendo no Congresso, onde os parlamentares têm votado contra os interesses do Governo, criando despesas extras num momento de crise. “Daí porque nós não concordamos com nenhuma medida aprovada que leve à instabilidade tanto econômica quanto política do país. Nós não concordamos com medidas que levem ao caos as finanças do Governo federal, dos Estados e dos municípios.”
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), participou do evento e num discurso inflamado, prestou apoio e defendeu o Governo Dilma. O deputado disse que seu Estado é contra qualquer tipo de golpe que possa ser programado neste momento no país. A declaração foi aplaudida de pé pela plateia, que gritou “Não vai ter golpe”.
Nesta semana, o Governo pode ter de enfrentar novas pautas-bomba na Câmara dos Deputados. Na agenda do Plenário estão votações polêmicas como a proposta de emenda à Constituição que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos nos casos de crimes hediondos; o projeto de lei que aumenta o reajuste do saldo do FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço; e o trecho da reforma política que autoriza a doação de empresas a partidos.