Ucrânia elabora ‘lista negra’ de livros russos

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O Comité Estatal de Televisão e Radiodifusão da Ucrânia publicou uma lista dos livros editados na Rússia e proibidos de entrar no país.

A lista contém 38 obras de autores russos, entre eles livros de Fiodor Berezin, escritor de novelas da ficção científica, de Alexander Dugin, autor de “Ucrânia. A Minha Guerra. Diário Geopolítico”, de Sergei Glaziev, conselheiro do presidente e autor de “A Catástrofe Ucraniana. Da Agressão Norte-Americana à Guerra Mundial?”, etc.

Segundo as autoridades ucranianas, tais medidas foram tomadas para prevenir a “desinformação” dos cidadãos ucranianos.

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No Comité Estatal de Televisão e Radiodifusão da Ucrânia anunciaram que a medida é legítima porque o artigo 28 da Lei da Indústria Editorial proíbe a divulgação de obras estrangeiras que possam ser usadas para apelar a liquidar a independência ucraniana, alterar o regime constitucional pela força.

Mais do que isso, o Comité ameaçou ampliar a lista de obras de autores russos.

A decisão de proibir a importação os livros russos provocou a indignação de numerosas figuras públicas russas. 

Recorde-se que a língua russa é usada por uma grande parte da população ucraniana, para muitos ucranianos ela é a sua língua materna.

Eduard Limonov, autor da obra proibida “Kiev Kaputt”, afirma que as autoridades ucranianas sofreram uma derrota em tudo, por isso se vingam usando os monumentos e os livros.

Sergei Dorenko, cujo nome consta na lista, chamou à proibição de importar livros de autores russos de “ridícula na época da Internet”.

Mikhail Fedotov, presidente do Conselho de Direitos Humanos junto de Presidente russo, disse que esta decisão contradiz o Acordo de Florença sobre a liberdade de informação, adotado pela UNESCO. O especialista considera que a proibição pode aumentar o interesse para com os livros da lista:

“Isto é bom como publicidade; os autores destes livros devem agradecer às autoridades ucranianas.”

Maria Zakhavora, representante oficial do Ministério das Relações Exteriores, comentou no seu Facebook a decisão do Comité Estatal de Televisão e Radiodifusão da Ucrânia:

“Que eu saiba, isto foi feito sem alguma investigação judicial. Tais acontecimentos não são raros na História.”

Além disso, Zakhavora citou a peça clássica russa de Aleksandr Griboedov “A inteligência, que Desgraça!”: 

"Skalozúb:

Boas notícias: o rumor geral é de que lá no projeto acerca dos liceus e das escolas só ensinarão à nossa maneira: bem simples;

E os livros se conservam assim: para as ocasiões excecionais.

Fámussov:

Sergei Sergueetch, não! Já o caso seria evitar o mal:

Apoderar-se de todos os livros e jogá-los ao fogo."

Государственный комитет телевидения и радиовещания Украины, видимо, на правах рекламы, опубликовал список книг российск…

Posted by Мария Захарова on 11 августа 2015 г.

Nikolai Levichev, vice-chefe da Duma Federal russa (câmara baixa do Parlamento), membro do partido Rússia Justa duvida que as ações do governo ucraniano sejam lógicas:

“No mundo em que toda a informação espalha pela Internet e os países mais bem-sucedidos são aqueles países cuja população domina várias línguas, a proibição de importar livros na língua russa parece anacronismo medieval.”

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Além disso, o parlamentar acrescentou que tais ações podem ser motivadas pelo desejo de publicidade porque cada notícia ligada às proibições e Rússia será popular. Tal movitação e afastamento dos problemas reais fazem a situação econômica piorar.

A Ucrânia já tomou medidas parecidas em relação à Rússia. Em 5 de fevereiro, o parlamento ucraniano aprovou uma lei que proíbe a exibição de filmes de "propaganda" do exército ou outros órgãos de segurança da Rússia, considerada "país agressor". 

Estas decisões combinam com a recente política de Kiev contra a liberdade de imprensa. Em fevereiro, a Verkhovna Rada, parlamento ucraniano, decidiu suspender as credenciais dos órgãos de mídia russos na Ucrânia. Todas as televisões da Rússia, com exceção da TV Dozhd, por sua oposição ao Kremlin, foram proibidas de atuar em solo ucraniano.

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