"Se nós voltarmos as costas e anularmos o acordo, e em seguida dissermos [aos nossos parceiros] que, de qualquer forma, eles precisam cumprir as nossas regras e sanções, então, rapidamente, o dólar deixará de ser a moeda de reserva do mundo", disse.
Segundo explica a publicação The Financial Times, o petróleo é um tipo de âncora para os mercados mundiais de capital por razão da sua conexão inversa com o dólar. Quando o preço do petróleo aumenta, a taxa de câmbio do dólar cai em relação a outras moedas. Os exportadores do petróleo recebem pagamentos em dólares e depois os vendem, pois, quanto mais caro se torna o petróleo, mais baixo cai o dólar.
O cientista político iraniano e redator-chefe da agência noticiosa Mehr, Hassan Hanizadeh, comentou o assunto à Sputnik Persian:
“A especificidade da moeda norte-americana consiste em que é muito dependente dos principais eventos políticos no mundo e especialmente dos que acontecem no Oriente Médio. Se o sexteto e o Irã não tivessem alcançado o acordo em 14 de julho, […] a situação poderia se tornar um choque para a economia americana, especialmente tendo em conta a queda dos preços do petróleo nos últimos seis meses.”
Lembramos que, em 2006, o Conselho de Segurança da ONU impôs sanções depois que o Irã se recusou a suspender seu programa de enriquecimento de urânio, argumentando que ele só tinha fins civis.
Em 14 de julho, 2015, após 12 anos de negociações, o Irã e o sexteto de mediadores internacionais (EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha), chegaram a um acordo abrangente para garantir a natureza pacífica do programa nuclear de Teerã em troca do alívio das sanções.
“A União Europeia perdeu no mesmo período cerca de 400 bilhões de dólares por razão da cooperação econômica com o Irã. Atualmente, as empresas tentam reestabelecer sólidos laços econômicos e comerciais com o Irã.”
O acordo foi entregue ao Congresso dos EUA para ser aprovado. Os congressistas irão decidir o futuro do documento em 17 do setembro.