"A Rússia está se preparando para um conflito com a OTAN, e a OTAN está se preparando para um possível confronto com a Rússia", afirmou a Rede de Liderança Europeia (ELN na sigla em inglês).
O instituto, com sede em Londres, mencionou dois grandes exercícios militares realizados este ano como base para o seu prognóstico.
A OTAN realizou os exercícios Allied Shield, com a participação de 15.000 militares de 19 Estados-membros em diversos países do Leste Europeu, em junho. Eles incluíram as manobras Trident Joust na Romênia, as BALTOPS, Saber Strike e Noble Jump — a primeira missão conjunta da OTAN de elevada prontidão na Polônia.
Em março, 80.000 militares russos e milhares de unidades de equipamentos participaram de inspeções de prontidão de combate em todo o país.
A ELN argumentou que a natureza intensificada e a escala de ambos os exercícios mostram que “cada lado está a treinar-se tendo em mente as capacidades militares e, muito provavelmente, os planos militares do outro”.
O grupo de análise de política militar não sugere que tenha sido tomada uma decisão explícita, ou que o conflito Rússia-OTAN seja inevitável, mas disse que a mudança no perfil dos exercícios é um "fato" que alimenta tensões geopolíticas.
"Essas tensões estão ainda mais agravadas e o sentido de imprevisibilidade é aumentado quando os exercícios não são previamente notificados ou anunciados antecipadamente de forma pública", observou.
O ELN propôs um caminho de quatro etapas para aliviar as tensões, incluindo o reforço da comunicação OTAN-Rússia, o controlo dos exercícios em áreas perto das fronteiras, utilizando a OSCE e as medidas de confiança. Além disso, o grupo propôs a adoção de um novo tratado de controle de armas convencionais.
As relações da Rússia com os Estados Unidos, a União Europeia e outros países ocidentais deterioraram-se acentuadamente na sequência do conflito ucraniano, bem como da expansão contínua da OTAN para o leste.
Moscou tem repetidamente declarado que as ações relacionadas com o aumento das forças da OTAN perto das fronteiras da Rússia prejudicam a estabilidade regional.