Netanyahu é aguardado no mês que vem em Londres, onde deverá se encontrar com representantes do governo da Grã-Bretanha. A petição, publicada na página do parlamento britânico, diz que o premier israelense deve ser detido assim que colocar os pés na capital da Inglaterra, citando as leis internacionais sobre crimes de guerra.
Em julho de 2014, Israel lançou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, que resultou na morte de aproximadamente 2.200 palestinos, incluindo cerca de 550 crianças. Do lado israelense, foram registradas em torno de 70 baixas, principalmente de soldados das Forças Armadas. Os ataques, conhecidos como Operação Margem Protetora, foram motivados, segundo Tel Aviv, pelo sequestro e morte de três jovens israelenses, no mês anterior, por cidadãos palestinos, e duraram não mais do que sete semanas.
No final de junho deste ano, a Comissão Independente de Investigação das Nações Unidas encarregada de analisar a existência de violações durante esses conflitos em Gaza divulgou um relatório afirmando ter informações sobre possíveis crimes de guerra cometidos tanto por Israel quanto por grupos armados palestinos, notícia que irritou o governo israelense e o primeiro-ministro, Netanyahu, que acusou os investigadores de estarem sendo parciais.
Em 29 de julho, a Anistia Internacional acusou diretamente o Estado de Israel de cometer crimes de guerra durante uma ação para recuperar um de seus soldados em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, entre os dias 1 e 4 de agosto de 2014. Essa operação, que ficou conhecida como "Sexta-Feira Negra", causou a morte de 135 civis e, segundo a Anistia, foi caracterizada por uma série de ataques desproporcionais e indiscriminados, que revelaram total indiferença pela vida de civis.
A petição britânica ficará disponível no site do parlamento até o dia 7 de fevereiro de 2016 e, segundo os seus autores, deverá recolher pelo menos 100 mil assinaturas para ser considerada pelos parlamentares.