As armas químicas usadas contra os militantes curdos, que combatem o Estado Islâmico na Síria e no Iraque, foram produzidas pelo próprio Estado Islâmico com materiais disponíveis, declarou à Sputnik Malik Illahi, porta-voz da Organização pela Proibição das Armas Químicas (OPAQ):
“Com a maior probabilidade, deve ser do seu próprio fabrico. Eu não acho que eles tinham acesso a um armazém. De certo modo, fazer armas químicas cruas é perfeitamente possível. Outra possibilidade é que eles podem usar – e já houve alegações sobre isso – substâncias químicas industriais comuns <…> facilmente disponíveis no mundo inteiro”.
De acordo com a OPAQ, cerca de 98% das substâncias químicas agressivas que podiam ser usadas para fabricação de armas que a Síria possuía foram eliminadas após serem retiradas do país na sequência de um ataque a sarin de 2013, perto de Damasco.
Já o cientista político francês Jean-Michel Vernochet nota que os curdos estão entre dois fogos: de um lado, há o Estado Islâmico, e do outro, há as forças turcas, que consideram os curdos como o seu alvo principal.
"Todo este barulho sobre as armas químicas pode significar uma tentativa de ocultar a natureza verdadeira dos combates e o seu objetivo de verdade".
Os EUA, França e Iraque estão investigando os ataques.
Os curdos, que combatem o Estado Islâmico, não fazem parte da coalizão oficial, liderada pelos EUA e outros países do Ocidente. A Turquia, que recentemente fez parte da coalizão, após um ataque terrorista no seu solo, declarou que não considera os curdos como seus aliados, por causa de um conflito entre o governo atual e o Partido dos Trabalhadores Curdos (PKK), braço armado do movimento curdo.
Os curdos são uma minoria étnica no Iraque, Síria e Turquia.