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Edinho Silva: governo luta para mudar clima de pessimismo e intolerância no Brasil

© Elza Fiúza Agência BrasilLíderes do PT no Senado e na Câmara, José Guimarães e José Pimentel, e o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva
Líderes do PT no Senado e na Câmara, José Guimarães e José Pimentel, e o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva - Sputnik Brasil
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O Ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, afirmou nesta segunda-feira que o governo reconhece as manifestações do último domingo (16), contra a presidenta Dilma, como algo natural em um regime democrático, mas, no momento, está mais preocupado em construir uma agenda para a retomada do desenvolvimento do país.

Em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, após a tradicional reunião de coordenação política com a presidente, o ministro explicou que esse é o momento de quebrar o clima pessimista dos brasileiros, acrescentando que, em breve, o Brasil vai se recuperar e voltar a crescer e as dificuldades vão ficar no passado.

“As manifestações nós consideramos como manifestações importantes, significativas. Mas o governo encara as manifestações com normalidade, com naturalidade, pois, neste momento, se preocupa muito mais com a construção de uma agenda para o país, com a construção de uma agenda de diálogo com o Congresso Nacional, com a sociedade civil, de diálogo com o empresariado, com os trabalhadores, com os movimentos sociais. O que nós queremos é a construção de um ambiente de otimismo, onde nós possamos acreditar no Brasil", disse Edinho. 

Acompanhado pelos líderes do governo no Congresso Nacional, senador José Pimentel (PT-CE) e deputado federal José Guimarães (PT-CE), o ministro Edinho Silva ressaltou que, além do pessimismo, é preciso combater o grande problema de intolerância política, cultural e religiosa que atinge o país, não só vindo da oposição, mas também dos partidos da base aliada.

“O que nós temos que entender é que num país democrático é natural que as manifestações ocorram. Nós temos que entender a história recente do Brasil e a forma como essa intransigência, essa intolerância foi criada. É evidente que nós estamos vivendo num período de intolerância política, cultural, religiosa. É um momento difícil da vida brasileira e nós temos que trabalhar para que a gente possa desfazer esse ambiente de intolerância. Porque o Brasil, historicamente, sempre foi um país que conviveu com a diversidade religiosa, cultural, regional e com a diversidade política. Nós temos que combater esse ambiente que está sendo criado para que o Brasil volte àquilo que sempre foi a sua tradição, que é a convivência democrática com a diversidade de pensamento, de expressão, de opções, com a diversidade cultural e religiosa. Esse é o centro. O governo está fazendo a sua parte. A presidenta Dilma a todo momento tem combatido a intolerância. E nós queremos que esse movimento, seja da presidenta Dilma ou do governo, seja um movimento da sociedade civil e de todas as instituições governamentais para combater o problema da intolerância, que não é só da oposição em relação aos integrantes do governo. Eu quero reconhecer que muitas vezes no campo dos partidos que dão sustentação ao governo também tem intolerância”   

Nesta segunda-feira (17), foi divulgada a pesquisa Focus, do Banco Central, na qual analistas dizem acreditar que a recessão econômica vai se estender até 2016, e que a economia brasileira vai ter crescimento negativo no ano que vem, caracterizando a primeira vez desde 1930 que o Brasil tem dois anos de recessão. Mesmo diante da previsão, Edinho Silva disse que o governo não corre o risco de parecer otimista demais na breve recuperação do país, uma vez que está tomando as decisões necessárias e o Brasil possui os instrumentos adequados para modificar o ambiente de crise.

“O governo reconhece que o cenário é de dificuldades não só para os emergentes, mas também para as grandes potências econômicas mundiais. Nós estamos com dificuldade de superação de uma crise que se arrasta desde 2008, mas se nós compararmos os fundamentos da economia, as instituições financeiras e de regulação econômica que o Brasil tem com outras economias mundiais, nós veremos que as projeções para o Brasil são mais otimistas inclusive que as de boa parte dos países que podem ter suas economias comparadas à economia brasileira. Isso nos dá otimismo. E nos dá otimismo também porque nós estamos tomando as medidas que precisam ser tomadas para que o Brasil possa fazer com que a economia, já na virada do ano, tenha os primeiros sinais de retomada. Pela força e pelo potencial do nosso mercado interno, pela capacidade que nós temos de inclusive, no momento certo, estimularmos o crédito, mesmo com a crise econômica internacional, e o crescimento da economia interna”.   

O Ministro da Comunicação Social também aproveitou a oportunidade para responder às críticas feitas pelo presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinícius Furtado Coêlho, que disse através de nota, durante as manifestações contra o governo, no domingo (16), que a presidenta Dilma Rousseff deveria pedir desculpas ao país por ter apresentado na campanha eleitoral do ano passado “uma realidade econômica inexistente”, e que a presidenta deveria assumir e revelar para a sociedade esse engano, assumir os equívocos e conclamar a união da sociedade brasileira para a superação da crise ética, política e econômica.

Segundo Edinho Silva, a opinião do presidente da Ordem dos Advogados vai ser respeitada e levada em consideração, mas não há motivos para achar que seja um equívoco o trabalho que vem sendo feito pelo governo.

“Eu penso que se trabalhar para a manutenção dos empregos no Brasil, pela renda da população, principalmente a população mais marginalizada historicamente deste país, se trabalhar pela manutenção de programas sociais importantes para o povo brasileiro é um equívoco, então que se constate o equívoco. Eu tenho muito respeito pela OAB, temos muito respeito pelo presidente da OAB e ela tem todo o direito de se manifestar. A manifestação do presidente da OAB será ouvida, tratada com o respeito que essa manifestação merece, mas, evidentemente, a presidenta Dilma trabalhou muito para que os empregos fossem mantidos neste país, para que o ganho salarial fosse mantido, para que a renda do povo mais sofrido fosse mantida, para que os programas sociais continuassem provocando inclusão social. Foi isso que moveu a presidenta Dilma no seu primeiro mandato todo. Se nós estamos passando por dificuldades, e é verdade que nós estamos, as medidas estão sendo tomadas para que esse período seja superado em breve. Cabe neste momento a nós acreditarmos na força e no potencial do nosso país. Portanto, nós temos que ter otimismo em relação ao que o Brasil está fazendo para superar as dificuldades”.

Já o líder do governo no Senado, José Pimentel (PT-CE), disse que na reunião da Coordenação Política desta segunda-feira (17) foi decidido que as prioridades do Congresso Nacional nesta semana vão ser as propostas dos senadores que estão na Agenda Brasil, para reaquecer a economia brasileira.

“Nós dialogamos também sobre a pauta desta semana no Congresso Nacional e priorizamos a Agenda Brasil, coordenada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, e com olhar para dois itens da Agenda Brasil: o que trata da desoneração da folha de pagamento, que já foi aprovada na Câmara e está no Senado trancando a pauta, e o que trata do repatriamento de recursos. Portanto, esses dois itens estão na Agenda Brasil e, para os líderes do governo, são fundamentais que sejam apreciados e votados”.

Para finalizar, o ministro Edinho Silva informou que durante a semana a Presidenta Dilma Rousseff também vai buscar o otimismo intensificando cada vez mais os diálogos com a sociedade, o empresariado, os movimentos sociais e os grupos de representação dos trabalhadores.

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