Kiev cumpriu e continua cumprindo os acordos de Minsk só formalmente. Na realidade, as autoridades ucranianas tentam manter o país em um estado de guerra, e fazer assim que ela não tem que fornecer o estatuto especial ao Donbass, escreve o jornal alemão Telepolis.
O ponto mais problemático dos acordos de Minsk para a Ucrânia é a prestação deste estatuto especial às repúblicas não reconhecidas, relata a edição alemã.
Não é um segredo, diz a edição, que o atual governo ucraniano tentou ignorar os acordos de Minsk tentando conter ainda mais por meios políticos, econômicos e militares o que ela chama de "agressão russa". O objetivo perseguido por Kiev é provocar milícias, segundo afirma o jornal.
Telepolis, no entanto, observa que as milícias e Kiev recusam-se de negociações bilaterais.
A Ucrânia está preparando uma blitzkrieg na Donbass. Este ponto de vista é compartilhado por os especialistas militares que estudam a dinâmica dos eventos no sudeste da Ucrânia.
"Houve um deslocamento de tropas e de equipamento militar ucraniano para as linhas de frente em três direções", diz o especialista militar Ivan Konovalov.
"Três grupos com nomes simples. O "Sul", cujo objetivo é cortar a capital de Donbass da fronteira russo-ucraniana. O "Norte" deve dividir RPD [autoproclamada República Popular de Donetsk] e RPL [autoproclamada República Popular de Lugansk] uma da outra e o grupo "Centro" para atacar a cidade de Donetsk".
Na linha de frente, de acordo com as estimativas dos peritos, Kiev juntou cerca de 65 mil soldados, assim como quase dois mil veículos blindados pesados e cerca de mil armas diferentes, incluindo os lançadores de foguetes tipo Grad.
No dia 24 de agosto em Berlim, pela iniciativa de Pyotr Poroshenko, será realizada a reunião entre os líderes da Ucrânia, França e Alemanha.
A Rússia reagiu à falta de um convite para esta reunião. O Ministro das Relações Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, observou que a reunião em Berlim não é o "formato de Normandia". Ele também expressou a esperança de que a reunião trilateral será de carácter educativo e Hollande e Merkel vão empurrar Kiev para cumprir os acordos de Minsk.
O jornal supõe que Poroshenko em Berlim provavelmente vai pedir a França e a Alemanha para "tomar medidas decisivas para combater a suposta agressão russa". Kiev declara que as milícias não cumprem os acordos de Minsk, apesar do fato de que os representantes da OSCE têm acusado disso o lado ucraniano.
Do ponto de vista do jornal alemão, parece que e nem Kiev nem as milícias não mostram mais interesse na trégua. Por tanto, Merkel e Hollande vão fazer tudo para evitar a "vergonha", já que os acordos de Minsk estão firmemente associados com os seus nomes.