Durante audiência pública na Comissão de Viação de Transportes, da Câmara dos Deputados, em Brasília, o assessor do Denatran – Departamento Nacional de Trânsito, Daniel Cândido, explicou que os agentes já foram apresentados ao novo kit de detecção de drogas e alguns são capazes de registrar dezenas de drogas através da saliva.
"Olha, deu entrada, na verdade, pra gente avaliar, um equipamento, um produto que mede, na verdade, a questão de substâncias psicoativas. A relação delas é enorme, de 30 a 40, que é feito pelo exame de saliva".
Pelo teste será possível verificar drogas como maconha, cocaína e opiáceos, que são obtidos pelo uso de ópio.
Dados do Ministério Público, coletados a partir de boletins de ocorrências policiais, laudos de perícia e exames de corpo de delito, revelam que 12% das vítimas fatais de acidentes de trânsito tinham consumido drogas ilícitas. Deste total, 71% usaram cocaína ou crack.
O chefe da divisão de Planejamento Operacional da Polícia Rodoviária Federal, Edson Nunes de Souza, explica que a falta de kits para detectar o uso de drogas faz com que os policiais usem a intuição na hora da fiscalização no trânsito, pois os bafômetros não são capazes de detectar o entorpecente.
"Se ele apresenta algum comportamento que dá indícios de ter consumido algum tipo de substância e deu negativo no teste de etilômetro, a gente acredita que ele pode estar sob uso de alguma substância ativa. A gente pode encaminhá-lo à polícia judiciária para que esta faça os procedimentos e testes para analisar se realmente ele está sob efeito de alguma droga".
A audiência na Câmara foi sugerida pelo deputado Hugo Leal, do Pros do Rio de Janeiro, pois o assunto é tema de debate hoje em todo o mundo. Atualmente, o Brasil conta com a lei 13.103/15, que estabelece a realização de exame para analisar o consumo de drogas em motoristas que tirem ou renovem carteiras de habilitação para caminhão, ônibus e veículos com dois reboques.