O pontífice receberá as famílias dos jovens mortos durante uma escala na Filadélfia. A informação foi divulgada pelo representante dos familiares, Emilio Navarrete, diante de centenas de manifestantes na praça principal da Cidade do México, o Zócalo, em frente ao Palácio Nacional.
O encontro com o Papa faz farte da “Jornada Global por Ayotzinapa”, que tem percorrido várias cidades do México, Europa e América Latina, inclusive no Brasil, por onde passou em junho deste ano com o slogan “Vivos os levaram, vivos os queremos: o desaparecimento de 43 estudantes de Ayotzinapa – México”.
O pai do jovem desaparecido Jose Angel Navarrete reiterou o pedido dos pais ao governo do presidente Enrique Peña para "estender o mandato do grupo internacional de peritos independentes" da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) para rever a investigação federal do caso Ayotzinapa.
Este grupo de peritos, conhecido pelas investigações de massacres na Guatemala, Espanha, Chile e Argentina durante ditaduras e guerras civis, vai entregar seu relatório final em 6 de setembro, no final de seu mandato de seis meses, mas criticou a falta de colaboração federal e manipulação das provas.
Agricultores de origem indígena em uma área devastada pelo narcotráfico, os pais dos jovens acusam as autoridades de não investigar a cadeia de comando das autoridades envolvidas no massacre, especialmente o papel de uma unidade militar do exército em Iguala, 220 km ao sul, onde ocorre a tragédia.
De acordo com a investigação federal, os jovens foram massacrados por pistoleiros em conluio com a polícia e autoridades municipais, e os restos de seus corpos queimados em uma lata de lixo foram jogados em um rio; mas apenas um estudante foi identificado a partir de alguns despojos resgatados por estudos de DNA na Áustria.
As autoridades mexicanas impediram que os peritos da Comissão questionassem os militares ativos durante a noite de 26 de setembro em Iguala.