De acordo com Eduardo Paes, o serviço de táxis na cidade é ruim, e a tecnologia que está sendo desenvolvimento seria similar a usada pelo aplicativo Uber, onde o usuário do serviço de transporte efetua o pagamento das corridas com cartões de débito ou crédito.
“A gente está com problema no serviço de táxi. Tem muito serviço de táxi qualificado, mas infelizmente a gente ainda ouve muita história de negar corrida, de carros em condição ruim, isso tudo precisa ser ajeitado. Primeiro, precisa introduzir novos mecanismos de tecnologia. Precisa qualificar cada vez mais o serviço, esse é o debate que tem que se ter. Se for olhar lá atrás, fazendo uma comparação, o Uber acaba sendo uma plataforma usada pelos formadores de opinião, pelas elites da cidade, mas a Van não era muito diferente guardada as devidas proporções. Era a população mais pobre, que não usa táxi, usa ônibus, reclamando do nosso serviço do ônibus, e tinha um serviço de Van que era mais confortável, são coisas bem similares. A gente não tem problema nenhum com a tecnologia, o que a gente quer é também ter o serviço de transporte individual da cidade funcionando melhor. A gente está estudando mesmo uma plataforma, que usa basicamente os valores que tem o Uber, que são muito interessantes, de poder pagar com cartão, poder identificar e não recusar corrida. A diferença é que nesse caso em sendo um aplicativo oficial, a Prefeitura vai obrigar a todo taxista usar”.
Paes também espera que através da tecnologia que está sendo desenvolvida e ainda sem prazo para vigorar, também ajude a Prefeitura a fiscalizar os serviços prestados pela frota no Rio. E, para isso, quer contar com a avaliação da população. Segundo ele, a questão não é aumentar a fiscalização, pois seria impossível verificar 40 mil táxis. Através do aplicativo, a Prefeitura quer inclusive poder multar os maus profissionais e até suspender licenças.
“Você não vai ter nunca fiscalização suficiente para 40 mil táxis. Não vamos contratar 40 mil fiscais, é uma leitura errada. O que a gente tem que fazer, aí é a grande vantagem das tecnologias, como é a plataforma do Uber, que você vai criando condições, e está no estudo do aplicativo isso. A ideia é que as pessoas possam avaliar. Isso vai significar eventualmente para o taxista ter a possibilidade de perder sua carteira, ou sua licença, ou sua permissão para dirigir um táxi. Essa é a melhor fiscalização, a da população, do cidadão, porque é impossível. Como é que a gente vai ficar olhando para 40 mil táxis?”, declarou o prefeito.
A Câmara Municipal do Rio aprovou na semana passada (25/08), em segunda discussão, o projeto de lei que proíbe o transporte particular de passageiros do tipo realizado pelo aplicativo Uber.
A partir da data desta aprovação, o prefeito tem 15 dias para decidir se sanciona o projeto, que só então passa a entrar em vigor.
Eduardo Paes disse que ainda está analisando a proposta. O texto da lei regulamenta a profissão de taxista e define que apenas veículos regulamentados pela prefeitura possam circular para transportar passageiros. O que, na prática, não permitiria a circulação do Uber ou de qualquer outra empresa de mesmo tipo de serviço.
Apesar da aprovação do texto, a Justiça já tinha concedido no dia 14 de agosto à empresa Uber uma liminar impedindo o governo de multar motoristas do aplicativo. Segundo o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, a decisão segue mantida.