Um observador político de Cabul, Abdoul Ghadir Mosbah, disse à Sputnik que “o general Dostum compreendeu que a assinatura de acordos militares com os países ocidentais não traz resultados e, por isso, ele é obrigado a pedir ajuda à Rússia”.
Segundo ele, a situação no que toca à segurança está cada vez pior:
“Os terroristas entenderam que a assinatura de acordos militares com os países ocidentais não irá ajudar o Afeganistão de maneira nenhuma porque a execução destes acordos levará muito tempo. Por isso os militantes conquistam cada vez mais territórios no país e se sentem bastante à vontade”.
Ele também explicou por que razão o Afeganistão precisa de armas russas em primeiro lugar:
“Os armamentos usados por militares afegãos hoje são em geral da produção russa. Por isso é lógico que o general Dostum queira equipar completamente o exército afegão com armas russas. Isto será muito mais eficaz de que esperar por fornecimentos de armas do Ocidente”.
“O Afeganistão precisa de armas ligeiras e pesadas, assim como helicópteros militares. Quando dois meses atrás a guerra ainda estava pegando fogo nas províncias do norte, Cabul não tinha sequer um par de helicópteros aptos para combater e fornecer as provisões necessárias para os nossos militares. Em resultado disso, várias províncias foram capturadas pelos militantes. O controle da maioria do território não foi retomado até o momento”.
O político também sublimou o caráter global da guerra que está acontecendo:
“A guerra que ocorre no Afeganistão não é uma guerra civil, mas sim uma guerra internacional, com grandes países por detrás dela. É uma guerra que pode se espalhar para fora do nosso país. Hoje o Afeganistão precisa agudamente de assistência militar não só para manter as sua soberania, mas também no interesses dos países vizinhos da região da Ásia Central, que correm o risco de sofrer ataques por parte dos terroristas [do Estado Islâmico]”.