Segundo o relatório, “durante anos, o Iêmen foi sacudido por conflitos entre diferentes forças políticas e ideológicas; o atual conflito entre o governo do Iêmen e os grupos armados polarizou o país de maneira sem precedentes. A intervenção subsequente das forças da coalizão [árabe] intensificou as hostilidades”.
O relatório da ONU manifesta que o EACDH foi informado de araques com uso de drones em diferentes partes do país que supostamente causaram danos civis. Pressupõe-se que os ataques foram realizados no quadro da campanha contra a al-Qaeda na Península Arábica.
Chris Woods, um jornalista de investigação no site de monitoramento de ataques aéreos Airwars disse à edição Vice News que é bem sabido que os EUA são o único país que opera drones armados no Iêmen, especialmente depois dos rebeldes houthis terem feito o governo do Iêmen fugir para Riad, capital da Arábia Saudita, em março deste ano.
Embora os EUA também realizem operações contra terroristas com uso de drones em outros países, inclusive no Paquistão e Somália, os ataques no Iêmen são realizados com menos salvaguardas, opina Woods.
A al-Qaeda, que lucrou com o caos tomando o controle de uma parte do território, se responsabilizou pelos ataques que causaram a morte de 24 civis, que é menos que o número, segundo a ONU, de pessoas mortas em resultado do programa de drones norte-americano.
A ONU cita rebeldes houthis, bem como os aliados leais ao ex-presidente iemenita Ali Abdullah Saleh, como responsáveis pela morte de 508 civis causada principalmente pelo bombardeio indiscriminado. A coalizão liderada pela Arábia Saudita, que vem combatendo os houthis, e os seus aliados depois de deslocar o presidente iemenita Abd Rabbuh Mansur para Riad em Março, foram acusadas da morte de 941 civis.