Segundo Dilma, o Brasil depende da aprovação dessas medidas para sair da crise.
“Nós nos empenharemos bastante, primeiro para aprovar essas medidas, porque elas são necessárias. Elas não são necessárias porque nós queremos tomá-las. Elas são necessárias porque passamos por um momento em que é fundamental que saiamos desta situação de restrição fiscal o mais rápido possível, para poder voltar a crescer, para poder gerar os empregos necessários para o país”.
Sobre um possível aumento da mobilização no Congresso para pedir seu impeachment, a presidenta deixou claro que o governo está acompanhando todos os passos da oposição e daqueles que estão tentando a todo custo causar a instabilidade no país. Dilma, no entanto, garantiu que fará tudo para impedir qualquer processo antidemocrático no Brasil.
“Obviamente, o governo está atento a todas as tentativas de produzir uma espécie de instabilidade profunda no país. O pessoal do quanto pior, melhor. Esse pessoal, só eles ganham. A população e o resto dos setores produtivos de trabalhadores e cientistas perdem. O Brasil, a duras penas, conquistou uma democracia. Eu sei o que eu estou dizendo. Eu sei quantas penas duras foi para conquistar a democracia. Nós não vamos em momento algum concordar. Faremos tudo para impedir que processos não democráticos cresçam e se fortaleçam”.
Antes da cerimônia, a presidenta se reuniu com líderes da base aliada do governo na Câmara para debater a possibilidade de elevação da alíquota da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), dos 0,20% anunciados pelos ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, para até 0,38%, a fim de poder contemplar estados e municípios com parte dos recursos. A proposta também teria sido debatida na noite da última segunda-feira (12), durante jantar com governadores.
Porém, ao ser questionada hoje sobre a possibilidade de elevação da alíquota da CPMF, Dilma Rousseff voltou a afirmar que a proposta que será enviada ao Congresso será a de 0,20%, a qual chamou de CPPrev, CPMF destinada à Previdência Social.
“A proposta do governo, e é a proposta que vamos enviar ao Congresso, é 0,20%. É a proposta que o Governo Federal fez de uma contribuição provisória para a Previdência, uma CPPrev. É esta a proposta que estamos enviando ao Congresso. O governo não aprova CPMF, quem aprova é o Congresso. Ela é diferenciada, porque ela é destinada fundamentalmente para a Previdência. E ela é provisória, porque nós sabemos que este período tem uma depressão cíclica na Previdência, sempre é assim. A Previdência tem uma queda quando diminui a atividade econômica, uma depressão cíclica. Então, a nossa proposta é carimbada, ela vai assim. Agora, como será feito no Congresso é um outro processo de discussão”.
Durante o discurso na cerimônia de entrega do Prêmio Jovem Cientista, a presidenta afirmou que está otimista, pois o Brasil é mais forte do que a crise econômica e que, após os ajustes, o país vai seguir em frente.
“Eu acredito que o Brasil tem todas as condições e sou extremamente otimista no que se refere à superação das dificuldades que nós temos enfrentado. Sou otimista porque nesses últimos anos nós acumulamos um grande arsenal para reagir. O Brasil está passando por alguns problemas, é verdade, mas ele é mais forte e maior que esses problemas. Nós temos uma agricultura avançada. Somos um dos poucos países no mundo que tem uma agricultura familiar em crescimento e não em retração ou em paralisia. Nós vamos fazer os nossos ajustes e vamos seguir em frente”.
Dilma Rousseff também destacou que, até a próxima quarta-feira (23), vai apresentar a reforma administrativa. De acordo com ela, serão feitas junções de ministérios e grandes órgãos do governo. Além disso, também serão reduzidas as DASs, que são as gratificações adicionais por função recebidas por não concursados e parte dos servidores. A previsão do governo é a de que as medidas resultem numa economia de R$ 300 milhões.