O primeiro-ministro não exclui a hipótese de surgimento de novas moedas de reserva, a par do dólar e do euro, e considera razoável a passagem para os pagamentos em moedas locais entre os países, em particular, entre a Rússia e o Brasil, para reduzir a pressão política e econômica exercida sobre as relações econômicas.
“Há algumas variantes. Apesar de considerarmos absolutamente justo aumentar o número de moedas de reserva para que sejamos menos dependentes das principais moedas de reserva, qualquer que seja ela, o dólar norte-americano, o euro ou algumas outras moedas de reserva, que são poucas. É por isso que o aumento das moedas de reserva será benéfico para a economia mundial e economias nacionais. Mas este processo não é rápido, embora agora observemos várias tendências que podem levar ao surgimento de novas moedas de reserva”, disse o primeiro-ministro russo.
“Estamos ponderando sobre isso, mas para o nosso país a situação não é favorável. A segunda medida para nos protegermos da conjuntura do comércio exterior, da alteração do preço de uma série de produtos principais e de formas da pressão política é a passagem para os pagamentos em moedas nacionais. Não é fácil, o que também foi destacado pelo vice-presidente, mas é possível. A nossa experiência de relações monetárias com um leque de países mostra isso”, disse Medvedev.
Medvedev destacou que a China usa tal forma de cooperação muito ativamente. “Acho que podemos considerar uma possibilidade de cooperar usando o rublo e o real nas nossas relações, de maneira a nos proteger das flutuações nos mercados de moedas de reserva ou suavizar as consequências destas flutuações. Seguramente, vamos tratar disso da forma como descreveu o meu colega, o vice-presidente do Brasil”, afirmou Medvedev.
Segundo ele, o uso das moedas locais nos pagamentos é também uma das dificuldades que requer discussões entre os bancos centrais dos dois países. Acrescentou que se encarregou de realizar uma série de contatos e consultas para esclarecer a opinião dos órgãos financeiros dos dois países para decidirem o que é possível fazer para aumentar a eficiência do intercâmbio bilateral.