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Brasil é 5º no ranking internacional de acidentes no trânsito

© AFP 2023 / PATRIK STOLLARZBrasil ocupa a segunda posição no ranking da taxa de mortalidade por acidentes de trânsito no Mercosul, com 22,5 mortes por 100 mil habitantes
Brasil ocupa a segunda posição no ranking da taxa de mortalidade por acidentes de trânsito no Mercosul, com 22,5 mortes por 100 mil habitantes - Sputnik Brasil
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Começou nesta sexta-feira (18) e vai até o dia 25 de setembro a Semana Nacional do Trânsito, e a situação no Brasil é preocupante. O país ocupa a quinta posição no ranking dos países que mais matam nas estradas.

De acordo com estudos do governo brasileiro, em 2014, foram cerca de 50 mil mortes e quase 500 mil feridos nas estradas brasileiras, ou seja, 25 mortes a cada 100 mil habitantes.

Segundo a ONU/OMS, no mundo, cerca de 1,3 milhão de pessoas morrem vítimas de acidentes a cada ano.

De acordo com dados do IPEA, do DENATRAN, do Ministério da Saúde/DataSUS e do DPVAT, além das perdas irreparáveis de vidas humanas e sequelas deixadas, os custos globais são estimados em cerca de R$ 60 bilhões por ano, o que representa 1% do PIB.

Nesta sexta-feira, a gravidade do assunto foi debatida no Fórum Nacional sobre Segurança Viária, promovido pela Cruz Vermelha Brasileira, no Rio de Janeiro.

Durante entrevista exclusiva para a Rádio Sputnik, o coordenador técnico do fórum e consultor de saúde da Cruz Vermelha Brasileira, o médico e professor José Mauro Brás de Lima, afirmou ser intolerável esses altos índices de mortes no Brasil por causa de acidentes no trânsito.

“50 mil mortes por ano é um número inaceitável. A ONU mesmo, de uns anos para cá, se interessou mais pelo tema porque morre muita gente no mundo inteiro, e aí criou uma campanha chamada Década Mundial de Segurança Viária, da qual o Brasil é signatário de 2011 a 2020, para estimular os Estados, as nações a tomarem mais atenção, mais cuidado com isso. O Brasil é um país que não pode deixar de participar, porque além dos quase 50 mil mortos, nós temos quase 500 mil feridos, sendo 20% com sequelas graves”.

A campanha tem como meta chegar em 2020 com uma redução de até 50% na taxa de mortalidade no trânsito na maior parte dos países.

Na opinião de José Mauro, a implantação da Lei Seca, da qual fez parte da criação e que coíbe a mistura de álcool e direção nas estradas do país, contribui mas não é suficiente para conseguir números mais significativos em redução de mortes.

“A lei foi um passo importante, foi bem aceita pela sociedade, podemos dizer que foi um sucesso. Porém, no Rio de Janeiro, em especial, ela (Lei Seca) efetivou numa queda apenas em torno de 10% a 12% da taxa de mortalidade”.

Para o médico, a Lei Seca no aspecto da estratégia de fiscalização funciona, mas ela precisa vir acompanhada de cinco passos fundamentais: informação, educação, conscientização, mais blitz e mais rigor nas punições, pois um dos principais motivos da alta taxa de mortalidade nas estradas é a falta de conscientização e responsabilidade por parte dos motoristas.

“A questão do álcool na direção sem dúvida é um dos fatores mais consistentes e pesados na taxa de mortalidade. Mas não é só isso. Está faltando informação, educação, conscientização. A fiscalização que a Lei Seca faz é muito boa, eficiente, embora não aconteça no Brasil todo, de forma uniforme. Isso é uma falha. Ela tinha que ter um peso numa construção de informações, para dar uma ideia inteligente do perfil dos acidentes, para poder se prevenir mais”.

Sobre o papel da Cruz Vermelha Brasileira na questão da Segurança Viária, o médico explica que depois da instituição internacional ter vasta experiência envolvida no atendimento em situações de guerra e catástrofes pelo mundo, também agora está engajada em outros aspectos, como segurança e saúde pública.

"A meu ver, instituições importantes como a Cruz Vermelha se envolvendo com essa campanha já é um ganho, e será desdobrada através da criação de um núcleo de segurança viária, onde a Cruz Vermelha passa a trabalhar. A Cruz Vermelha tem uma capilaridade muito grande, ela tem unidades pelo Brasil todo e trabalha em parceria também com a Organização Mundial de Saúde, sendo uma protagonista, que vem ajudar na informação, na educação e na prevenção e conscientização da segurança viária”.

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