De acordo com uma fonte na Marinha estadunidense referida pela Reuters, Allen tinha primeiro aceitado comandar a campanha contra os terroristas por seis meses e afinal passou um ano no cargo.
Segundo esta fonte, o motivo da saída do general reformado é puramente pessoal, e não profissional.
Por sua parte, uma fonte alegada no dia 22 deste mês pelo canal de televisão norte-americana Fox News, o chefe da campanha “ficou frustrado com a política dos EUA ao longo dos oito últimos meses”.
Por sua parte, o porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner, não comentou a eventual saída de Allen, só dizendo que o general “permanece focado nos seus deveres”.
É de notar que a notícia da possível renúncia do chefe da operação militar estadunidense quase coincide com o anúncio do governo dos EUA de cooperar com a Rússia no quesito de combate aos terroristas e processo de paz na Síria.
Foi Sergei Lavrov, chanceler da Rússia, quem disse, nesta quarta, que os EUA estavam prontos para cooperar. Segundo Lavrov, esta posição foi-lhe comunicada pelo seu colega estadunidense, John Kerry.
Mais cedo nesta semana, os EUA anunciaram a retomada dos contatos com a Rússia na área da defesa.
Ainda não houve nenhuma reação oficial da Casa Branca sobre uma possível nova nomeação.
Empate admirável
Esta notícia foi uma surpresa no pano de fundo dos “sucessos” que os comandantes da campanha militar têm anunciado.
Por exemplo, na semana passada, o próprio John Allen disse, no programa This Week (Esta Semana) do canal ABC, que a coalizão internacional liderada pelos EUA que combate o Estado Islâmico tem feito “reais sucessos” e alcançou um “progresso admirável”.
Neller é um dos candidatos para comandar a Marinha dos EUA.
Mais cedo neste ano, o tenente general Michael Flynn, ex-chefe da Agência de Inteligência da Defesa (DIA, na sigla em inglês) dos EUA, comentou à al-Jazeera que o governo dos EUA devia ter sabido do perigo iminente de surgimento de um grupo terrorista de tendência islamista sunita ainda em 2012, sem fazer nada para impedir tal fato.
O grupo terrorista Estado Islâmico, proibido pela Rússia e uma série de outros países, foi oficialmente criado na Síria e no Iraque em abril de 2013. Em junho de 2014, anunciou suas ambições globais com o projeto de um “califado islâmico” mundial. Atualmente, este grupo terrorista é considerado como uma das principais ameaças ao mundo.
A coalizão internacional liderada pelos EUA que combate as posições do Estado Islâmico não inclui o governo sírio de Bashar Assad e certos grupos, como as unidades armadas peshmerga dos curdos iraquianos. As autoridades da Rússia têm afirmado várias vezes que é necessária uma coalizão mais consolidada e abrangente.