Papa Francisco aos congressistas americanos em Washington: É preciso mudar de rumo

© REUTERS / Jonathan ErnstPapa Francisco durante encontro com o presidente dos EUA, Barack Obama, na Casa Branca, em 23 de setembro de 2015
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Em sua fala ao Congresso norte-americano, em Washington, nesta quinta-feira, 24, o Papa Francisco condenou a prática da pena de morte e a má distribuição da riqueza, chamou atenção para a questão dos imigrantes e dos refugiados e para os perigos do fundamentalismo. E pediu aos políticos e ao povo dos EUA para “mudar de rumo”.

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O Papa fez aos congressistas americanos um dos mais veementes discursos desta viagem, que começou em Havana, onde encontrou o Presidente Raúl Castro e o Comandante Fidel, e terminará numa reunião com as Famílias Católicas, após ter conversado com Barack Obama e falado na Organização das Nações Unidas, em Nova York.

O Pontífice falou de liberdade e chamou a atenção para dois perigos que assolam o mundo: o fundamentalismo – religioso, ideológico e econômico – e o “reducionismo simplista”.

“Sabemos que, na ânsia de nos libertar do inimigo externo, podemos ser tentados a alimentar o inimigo interno. Imitar o ódio e a violência dos tiranos e dos assassinos é o melhor modo para ocupar o lugar deles”, disse Francisco.

Ao citar Martin Luther King por sua luta por plenos direitos para os afro-americanos, o Papa falou dos imigrantes. “Aquele sonho continua a inspirar-nos”, disse Francisco, mencionando a maior “crise de refugiados” desde os tempos da Segunda Guerra Mundial.

O Papa falou ainda da imigração, em especial a dos hispano-americanos:

“Também neste continente, milhares de pessoas sentem-se impelidas a viajar para o Norte à procura de melhores oportunidades. Porventura não é o que queríamos para os nossos filhos? Não devemos deixar-nos assustar pelo seu número, mas antes olhá-los como pessoas, procurando responder o melhor que pudermos às suas situações.”

Francisco, então, abordou o tema da pena de morte, prática disseminada em grande partes dos Estados norte-americanos:

“Recentemente, os meus irmãos bispos aqui nos Estados Unidos renovaram o seu apelo pela abolição da pena de morte. Não só eu os apoio, mas encorajo também todos aqueles que estão convencidos de que uma punição justa e necessária nunca deve excluir a dimensão da esperança e o objetivo da reabilitação.”

A pobreza e suas causas, entre as quais a injusta distribuição da riqueza, foram também destacadas pelo Papa:

“Agora é o momento de empreender ações corajosas e uma abordagem integral para combater a pobreza, devolver a dignidade aos excluídos e, simultaneamente, cuidar da natureza.”

Sobre a reaproximação dos Estados Unidos com Cuba, o Papa Francisco saudou os esforços que se fizeram nos últimos meses para procurar superar “diferenças históricas” ligadas a episódios “dolorosos do passado”.

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