“Explicamos a nossa posição, não temos afeições a ninguém na região, mas temos uma sensação muito forte de que não podemos permitir ao Estado sírio falir porque a alternativa é o califado do Estado Islâmico e nunca mais conheceremos a Síria que conhecemos agora”, disse Lavrov em inglês em entrevista ao canal RT Television em Nova York.
A Síria está mergulhada em uma guerra civil desde 2011, as forças leais ao presidente Bashar Assad lutam contra grupos militantes radicais islâmicos, incluindo o Estado Islâmico.
Os terroristas conseguiram ocupar grandes áreas no Iraque e na Síria. Além disso, eles tentam espalhar a sua influência pelos países do Norte da África, em particular na Líbia. Os terroristas anunciaram a criação de um califado com as suas próprias leis e autoridades.
A Rússia está prestando ajuda técnica e militar a Damasco na sua luta contra o grupo terrorista radical, apelando aos outros países incluindo os EUA para juntar os esforços.
O presidente russo Vladimir Putin e o presidente norte-americano Barack Obama não discutiram a criação de coalizões, mas discutiram a hipótese de cooperar nos assuntos mais urgentes inclusive na Síria, disse o ministro das Relações Exteriores russo.
“Não foram discutidas coalizões no sentido clássico. O que discutiram são hipóteses de cooperação estreita entre os Estados Unidos e a Rússia nos assuntos mais urgentes de hoje. A Síria, em primeiro lugar, e nós todos concordamos que o nosso objetivo comum é derrotar o Estado Islâmico, não o permitir estabelecer um califado, que [os islamistas] planejam organizar em vastos territórios”, disse Lavrov.
“Já se instalaram em grandes partes dos territórios iraquiano e sírio, introduzindo as suas regras e leis desumanas. E ambos os países, a Rússia e os Estados Unidos são absolutamente decisivos em não permitir que continuem a fazê-lo“, disse Sergei Lavrov na terça-feira.
A Rússia vem fornecendo armas à Síria e ao Iraque, que agora estão combatendo terrorismo no terreno, e estas ações de combate devem ser coordenadas entre as diferentes forças, afirmou o chanceler russo.
“Há muito tempo que começamos a fornecer-lhes armas e equipamento necessários para aumentar a sua capacidade de combater os terroristas. Ambos os governos do Iraque e da Síria receberam a nossa ajuda. Enviamos os nossos especialistas militares para ajudar a operar o equipamento e consideramos que todos os que lutam no terreno contra os terroristas do Estado Islâmico e outros devem coordenar as suas ações. Não é necessário que estejam sob um único comando. Isso não é realista, na nossa opinião”, disse Lavrov.