Em coletiva à imprensa, o Subsecretário-Geral da América do Sul, Central e Caribe do Itamaraty, embaixador Paulo Estivallet de Mesquista, explicou que o objetivo principal da presidenta é conseguir fechar acordos de compras governamentais, investimentos e facilitação de comércio entre Brasil e Colômbia.
“O eixo principal da visita é o empenho dos dois governos em dar mais realce à relação econômica e comercial. A Colômbia é o segundo país mais populoso da América do Sul, é a terceira economia. O comércio e os investimentos entre o Brasil e a Colômbia têm crescido bastante ao longo desses últimos anos, mas ainda está, como em tantas outras situações, aquém do seu potencial. Nós esperamos que sejam anunciados vários entendimentos, já em vias de conclusão ou no início, na área de compras governamentais, de facilitação de comércio, de investimentos mesmo, de medidas governamentais também para acelerar essas relações”.
O embaixador explica que apesar de a Colômbia ser a terceira maior economia da América do Sul, o país ocupa o sétimo lugar como parceiro comercial do Brasil no continente.
“É um comércio que passou de U$ 1,5 bi em 2005 para mais de U$ 4 bi no ano passado. Os investimentos têm crescido a uma taxa mais alta, mas também de uma base relativamente pequena. É um comércio interessante e diversificado para nós. Mais de 90% da nossa pauta de exportações para a Colômbia consiste em produtos industrializados”.
Os principais produtos exportados pelo Brasil para a Colômbia são químicos, automóveis, peças automotivas, ferro e aço. Já as principais importações do Brasil são carvão e petróleo.
Além de economia e comércio, o embaixador disse que ainda serão realizadas negociações nos setores de Educação, Ciência e Tecnologia e Agricultura Familiar.
“Na agenda dos presidentes há uma série de outros temas. O Brasil desempenha um papel de cooperante com a Colômbia há bastante tempo. O Ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, esteve lá essa semana, e existe muito interesse da Colômbia na nossa experiência com agricultura familiar e programas de apoio aos agricultores, de aquisição de alimentos desse segmento, o que pode ser de grande utilidade, se, como todos esperam, for concluído o acordo de Paz entre o governo e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Na área de educação, a Colômbia é um dos países que mais envia estudantes para pós-graduação, e até mesmo para graduação, no Brasil. Em Ciência e Tecnologia também já existem programas em curso, mas nós esperamos avançar em mais alguma coisa durante essa visita”.
Paulo de Mesquita também ressaltou a parceria entre Brasil e Colômbia com o ACE 59, Acordo de Complementação Econômica nº 59, que também vai ser um dos assuntos discutidos entre os dois chefes de Estado. Esse acordo foi assinado há aproximadamente dez anos, como um esforço do governo brasileiro em constituir uma rede de livre comércio com todos os países da América do Sul.
De acordo com o embaixador, o Brasil pretende antecipar o cronograma de desgravação tarifária, que reduz progressivamente as tarifas de importação até que cheguem a zero. O ACE 59 cobre em torno de 80% do comércio entre Brasil e Colômbia.
“Nós temos um acordo de complementação econômica, o ACE 59, que já cobre cerca de 80% do comércio. No caso das exportações colombianas para o Brasil é um pouco mais de 80%; as brasileiras são um pouco menos do que isso. Nós esperamos lograr uma aceleração do cronograma de desgravação tarifária desse acordo, que, no momento, está previsto para que chegue até 2018. Idealmente, a gente anteciparia isso talvez até para o próximo ano, mas é algo ainda para ser finalizado e aprimorado”.
Durante a visita de Estado, a Presidenta Dilma vai participar, na próxima segunda-feira, de uma recepção na Casa Oficial do presidente Juan Manuel Santos, chamada de Casa de Nariño. Em seguida, ela visita um monumento local, o Congresso e a Suprema Corte da Colômbia. Ao final da visita, a presidenta brasileira participará do encerramento do Fórum Empresarial Brasil-Colômbia, ao lado de Santos.
Para o embaixador Paulo Estivallet de Mesquista, a realização do fórum empresarial durante a visita de Dilma vai ser uma forma de gerar contatos entre os empresários e explorar oportunidades de negócios entre os dois países.
