O economista e professor do Ibmec-Rio e da Fundação Dom Cabral, Gilberto Braga, considera que o FMI na verdade está ajustando suas previsões e repetindo o que em linhas gerais o mercado financeiro já vem defendendo nos últimos tempos.
Segundo Gilberto Braga, hoje não há nenhum tipo de escola do pensamento econômico que consiga enxergar que a economia brasileira vai bem. Para o economista, a previsão do FMI não chega a ser uma novidade diante do que o mercado já sinalizava.
“O que o FMI faz de diferente do que o mercado brasileiro vai de alguma forma vislumbrando é que os economistas locais do nosso país têm um olhar bastante crítico em relação à economia brasileira, mas não têm a capacidade que o FMI tem, porque ele conta com uma equipe só para isso, de colar essa visão do país a uma visão atualizada dos demais países que o Fundo acompanha.”
Para o economista do Ibmec-Rio ainda é muito incerto dizer qual o espaço de tempo que será necessário para que a economia brasileira volte a dar sinais de recuperação.
“Está cada dia mais difícil fazer previsão econômica no país. Nós dizíamos que inicialmente 2015 seria um ano de ajuste. Agora incorporamos que em 2015 não se completa o ajuste, e será necessário 2016. Já há correntes de economistas dizendo que o ajuste vai até 2017, e que só teremos crescimento do PIB em 2018.”
Já o professor da Faculdade de Economia da Fundação Getúlio Vargas, Antônio Carlos Porto Gonçalves, não pensa ser tão grave assim a queda prevista pelo FMI para o Brasil no ranking das maiores economias do mundo.
“Eu acho que o FMI está fazendo essa redução porque o Brasil este ano vai ter um crescimento entre 2 e 3 negativos, e, como a Índia e a Itália estão positivas, elas vão nos ultrapassar. Não vai ser uma violenta ultrapassagem”, diz Porto Gonçalves. “O Brasil vai cair para a 9.ª posição porque nós temos essa recessão aqui, que presumidamente vai reduzir a nossa inflação, mas ainda não tem tido efeito. Só vai ter efeito mesmo no ano que vem.”
Ao contrário do economista Gilberto Braga, o Professor Porto Gonçalves acredita que já em 2016 a situação do Brasil deverá melhorar:
Porto Gonçalves também vê com bons olhos as medidas do reajuste fiscal. “O fato básico é que tem que haver uma redução desses desperdícios. Eles estão reduzindo ministérios – 31 ainda é muito ministério, mas, pelo menos, estão na direção certa.”