Opinião: Congresso tem que atender apelo de Dilma para vencer crise político-econômica

Em entrevista exclusiva, o deputado e ex-ministro do Desenvolvimento Agrário no primeiro mandato de Dilma disse que a convocação do apoio do Congresso “teve um fundo estrutural e de sustentação”.

Afonso Florence garantiu que o PT está fechado com o Governo Dilma – “incondicionalmente” –, mas deixou claro que isso não impede que o Partido dos Trabalhadores debata os problemas econômicos no país e seus reflexos internacionais. 

“Claro que nós, no ambiente democrático, debatemos as medidas e contribuímos”, disse o deputado petista. “É óbvio que num ambiente turbulento macroeconômico mundial como este, com volatilidade de preços de commodities agrícolas, com essa pressão sobre as commodities minerais “em particular sobre o preço do barril de petróleo no mercado mundial”, com a instabilidade dos países no Oriente Médio impactando também, isso obviamente provoca que haja um debate. A sustentação do nosso Governo, a defesa da legalidade democrática e das conquistas do povo trabalhador, obtidas durante o período do Presidente Lula e do primeiro mandato da Presidenta Dilma, são defendidas incondicionalmente pelo nosso partido. O nosso partido é o que conquistou junto com o povo organizado esses mandatos e essas conquistas. Nós estamos incondicionalmente sustentando esse projeto agora liderado pela Presidenta Dilma.”

O ex-ministro lembra que o Parlamento tem um papel bastante importante no presidencialismo brasileiro, que, se comparado a outras democracias do mundo, seria um presidencialismo de coalizão. Desta forma, segundo o Deputado Afonso Florence, a ajuda do Parlamento é de extrema importância para dar segurança aos investidores, que temem a crise econômica brasileira.

“Nós, portanto, temos um Parlamento muito forte”, observa o político petista. “O impacto da crise mundial no Brasil neste ano de 2015 impôs ao Governo um conjunto de medidas de contenção de gastos, de priorização de gastos, e tem encontrado no Parlamento uma turbulência política, a resistência a essa pauta, e muitas vezes o Governo é derrotado numa aliança de setores da própria base do Governo com o bloco de oposição.”

O Deputado Afonso Florence acrescentou:

“Essa responsabilidade do Parlamento de estabilizar a condução política é importante porque as medidas macroeconômicas começam a surtir efeito. Mas as expectativas dos investidores agora estão contaminadas pela turbulência política. Por outro lado, em relação ao último julgamento do Tribunal de Contas da União, das contas de 2014 da Presidenta Dilma, se reforça e se amplia a responsabilidade do Parlamento na apreciação desse voto do colegiado de contas. Portanto, a fala da presidente neste contexto imediato se reverte de grande importância.”