Recentemente na Embaixada do Iraque em Helsínquia (capital da Finlândia) as filas aumentaram. Os requerentes de asilo estão se dirigindo para a embaixada a fim de obterem um novo passaporte, visto que muitos de seus documentos de identidade ficaram com os traficantes.
De acordo com o jornal finlandês Helsingin Sanomat, na segunda-feira na embaixada terminaram os passaportes: cerca de cem pessoas que tinham vindo para a Finlândia queriam voltar para o Iraque.
Muhamed Ahmed passou a noite anterior na rua, como muitos outros, esperando a sua vez para ser atendido na embaixada.
De acordo com Ahmed, os traficantes de pessoas ficaram com seu passaporte e agora ele precisa de um novo.
"Meu pai sustenta a nossa família no Iraque. Agora ele está em mau estado de saúde, eu preciso voltar para ajudar a minha família", disse Ahmed, que chegou à Finlândia no mês passado.
Muitos refugiados como ele esperavam outra coisa da Finlândia. Muitas pessoas vieram para encontrar uma vida mais segura, e também existem aqueles que chegam em busca de trabalho ou a fim de obter um bom tratamento médico.
Na realidade, tudo acabou de forma diferente. "Eu fui colocado em um hospital psiquiátrico, onde as pessoas idosas estavam muito doentes. Muitos homens ficaram em um pequeno quarto. Muitos começaram a adoecer", explica Ahmed.
Ahmed e seus vizinhos de quarto começaram a ter problemas de pele e respiratórios. Agora, ele está sem dinheiro em Helsínquia e não sabe onde irá passar a próxima noite. Os refugiados iraquianos são decepcionados com a Europa. Mas eles não podem mesmo voltar. Alguns não têm passaportes, outros não têm dinheiro, outros ainda não têm nem uma coisa nem outra.
A razão invocada para o regresso de muitos dos refugiados ao Iraque é a doença de um parente ou outros problemas familiares. Mas a razão principal é a decepção com as condições de vida locais.
Muitos decidiram ir para a Finlândia após a proposta do primeiro-ministro Juha Sipila para acolher os refugiados em sua casa. Alguns quiseram ir para a Europa após as propostas de Angela Merkel. Mas tudo acabou por ser falso.