O diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, João Marcelo Intini, explica que o crescimento na área plantada é pequeno e o que vem fazendo a diferença são os investimentos em mais tecnologia, em produção e comercialização dos grãos.
“A nossa expectativa de expansão da safra a até 213 milhões de toneladas representa uma fotografia de muita realidade, muito pé no chão dos produtores”, diz Intini. “A expansão de área não é tão grande assim. O que está ocorrendo é mais tecnologia, mais manejo adequado e mais condições adequadas de produção e comercialização.”
O secretário de Política Agrícola do Ministério do Desenvolvimento Agrário, André Nassar, também apresentou um balanço dos investimentos do Plano Safra. De acordo com Nassar, dos R$ 96,5 bilhões disponíveis a juros controlados 1/3 já foi contratado. No total, a agricultura empresarial deve contratar R$ 187 bilhões para as colheitas no próximo ano.
Segundo ainda André Nassar, o Governo tem concentrado recursos para financiar os médios produtores através do Pronamp – Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor.
“O crédito rural tem que ser bem usado”, recomenda Nassar. “O nosso desejo é que esse crédito vá para um produtor que produza bem, e que aumente tecnologia. Sempre que a gente tiver capacidade de aumentar o crédito rural, que esse aumento seja maior para os médios produtores do que para os grandes. Os grandes têm uma capacidade maior de captar recursos no mercado.”
Por sua vez, o coordenador-geral de Desenvolvimento e Pesquisa do Inmet – Instituto Nacional de Meteorologia, Lauro Fortes, destacou o uso da tecnologia usada pelos produtores para driblar o problema da escassez hídrica no Brasil, principalmente na Região Nordeste, que deve sofrer com as estiagens provocadas pelo fenômeno climático El Niño, que aquece as águas do Oceano Pacífico, criando uma área de pressão que afasta as nuvens da região.
Além da perspectiva de bater novo recorde na safra de produção de grãos 2015-2016, o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística também anunciou que a safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas deverá passar este ano de 210 milhões de toneladas, o que representa produção 8,8% superior à safra obtida em 2014, que foi de 193,3 milhões de toneladas. O resultado é diferente do apresentado pela Conab, devido à metodologia usada e ao período da safra pesquisado.