Índia calcula perdas provocadas por Acordo Transpacífico

© AP PhotoHomem empunha o cartaz durante a demonstração contra a acordo de Parceria Econômica Estratégica Trans-Pacífico
Homem empunha o cartaz durante a demonstração contra a acordo de Parceria Econômica Estratégica Trans-Pacífico - Sputnik Brasil
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Na opinião de especialistas indianos, a Índia sofrerá na participação no TTP devido a muitos desafios econômicos.

A assinatura do Acordo de Parceria Econômica Estratégica Trans-Pacífico (TPP) pode causar dano a muitas indústrias da economia da Índia. Segundo os especialistas, a campanha Make in India (campanha de fomento do desenvolvimento da produção nacional), estabelecida em setembro de 2014 sob a iniciativa do primeiro-ministro indiano Narendra Modi, sofrerá danos mais graves. 

O especialista do centro analítico Observer Research Foundation, Vivan Sharan, afirma que primeiramente se reduzirão as exportações indianas.

“Como é possível investir em desenvolvimento do mercado interno indiano graças às receitas de exportações, depois da sua diminuição devido à cooperação entre 12 países no âmbito do TTP as empresas indianas não terão recursos financeiros para investir”.

Ainda não é possível avaliar as perdas com precisão, todavia, é possível fazer algumas suposições. Exportações indianas se diminuirão anualmente 2,7 bilhões de dólares. Segundo o especialista da Consumer Unity&Trust Society, Pradeep Mehta, a queda acontecerá na indústria têxtil. Nesta área a Índia terá de aguentar a competição com os países de TTP, por exemplo, com o Vietnã. 

Além disso, uma grande parte do PIB indiano consiste de terceirizações no setor de serviços. Nesta área, o país terá de competir com os países participantes do TTP para os quais o acordo prevê regras especiais que facilita o processo de terceirização de serviços. 

Ao mesmo tempo, podem reduzir-se as exportações de automóveis para os países do TTP tendo em conta o fato de que devido a falta de taxas alfandegarias adicionais entre os países do TTP será menos benéfico para os participantes do acordo importar os automóveis da Índia. 

Primeiro-ministro da Índia Narendra Modi - Sputnik Brasil
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Por isso, considerando todas estas hipóteses, o governo indiano, segundo especialistas, tem de focar todos os esforços em juntar à Cooperação Econômica Ásia-Pacífico senão enfrentar muitas dificuldades. 

Após quase cinco anos de negociação, a Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Singapura, Estados Unidos e Vietnã anunciaram em 5 de outubro a assinatura do TPP. O acordo já é considerado o maior tratado de livre comércio celebrado na história mundial e reúne 40% da economia mundial, além de quase um terço do comércio global. Suas implicações são ainda incertas para os direitos dos trabalhadores, o emprego e o meio ambiente.

Segundo Washington, o pacto é essencial para criar novos mercados de exportação para os EUA e para responder à ameaça econômica representada pela China, que não fará parte do tratado. Para muitos analistas, trata-se de uma ambiciosa tentativa de minar as  propostas alternativas à hegemonia pretendida dos EUA, como o Banco de Investimentos Asiático (AIIB), iniciativa da China que já conta com 57 membros fundadores, ou mesmo o Banco de Desenvolvimento dos BRICS. Ambas as instituições prometem desafiar o domínio do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Mais cedo neste mês, especialistas da Superintendência de Relações Institucionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) previam danos ao Brasil em caso de implementação do TPP.

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