Segundo a Fitch, a decisão pelo rebaixamento da nota de crédito brasileira ocorreu como consequência das dificuldades de aprovação do ajuste fiscal e do desequilíbrio das contas públicas, com o crescimento da dívida e a falta de perspectiva de que esse cenário econômico atual de crise tenha uma solução em curto prazo.
O diretor da Fitch Ratings no Brasil, Rafael Guedes, durante participação em um evento na Câmara Americana de Comércio, em São Paulo, insistiu em que há uma perspectiva negativa de incerteza política no país, que atrasa a recuperação da retomada de investimentos e do crescimento do Brasil, aumentando assim os riscos para a consolidação de um orçamento a médio prazo, que garanta a estabilização da dívida.
“O que nós indicamos como uma perspectiva é que haverá decisão em até dois anos, mas isso tudo vai depender muito do desenvolvimento político das medidas no Congresso, de como o Governo vai conseguir se organizar e organizar suas coisas.”
Por causa do quadro de crise no país, a Fitch ainda prevê que a recessão no Brasil vai ser mais profunda e mais longa do que os especialistas estimavam. A agência projeta que o déficit do Governo chegue perto de 9% do PIB em 2015, que a economia brasileira vai contrair-se 3% em 2015 e 1% em 2016. A expectativa da Fitch é de que somente em 2017 a economia brasileira terá crescimento, e mesmo assim de forma modesta.