Em uma entrevista ao canal televisivo Rossiya, o premiê afirmou que, quando a Rússia propôs realizar um encontro para resolver a situação na Síria, os representantes da parte norte-americana se mostraram surpreendidos e perguntaram: “Será que vocês querem também discutir os assuntos políticos?”
“Mas são os assuntos políticos que é necessário discutir. Para a Rússia, para os EUA, para todos os países que estão interessados em que nessa região e na Síria haja paz, haja autoridades normais. Não é importante quem irá governar. Mas não queremos que a Síria seja liderada pelo EI, correto? Deve ser, sim, um poder civilizado, legítimo. São estas questões que é necessário discutir”.
«Quem viver, verá. Vamos ver quais as decisões que eles vão tomar. Em todo o caso, quero reiterar: é evidente que o nosso país dá neste sentido o primeiro passo e estamos dispostos ao diálogo», adicionou o primeiro-ministro russo.
É de lembrar que antes os EUA se recusaram a reunir com uma delegação russa chefiada por Medvedev para discutir o problema sírio. Ele assinalou que considera tal reação da administração norte-americana como estranha.
«Eclodiu um conflito muito sério ao qual é preciso reagir, mas a reação da atual administração norte-americana é bastante estranha. Ela é criticada por quê? Porque a administração atual se permite o que não é possível permitir – fraqueza, indecisão, incompetência – e simplesmente não toma as medidas necessárias para defender as suas prioridades».
Russia has never avoided talks. We are open to discussing any issues. #Syria pic.twitter.com/Cme2O1CXIU
— Dmitry Medvedev (@MedvedevRussiaE) 16 октября 2015
“Claro que os não combatemos por líderes concretos, defendemos os nossos interesses nacionais, por um lado. O presidente disse isso: é evidente que, se não eliminarmos estes terroristas onde eles estão, eles vão chegar à Rússia. Por outro lado, é a solicitação das autoridades legítimas. Nos baseamos nisso”, disse Medvedev.
Desde 30 de setembro a Rússia começou a realizar ataques aéreos contra as instalações do Estado Islâmico (EI) na Síria sob o pedido do presidente Bashar Assad. Por enquanto a Força Aeroespacial russa fez duas centenas de ataques contra os terroristas, destruindo cerca de 300 militantes, campos de treinamento, centros de comando, armazéns dos armamentos e outras instalações. Além disso, 26 mísseis de cruzeiro foram lançados pelos navios da Frota do mar Cáspio que atingiram com sucesso os alvos do EI.
O Estado-Maior russo disse que os militantes do EI sofrem perdas significativas e estão mudando o tático, se escondendo nas povoações. Segundo os militares russos, os alvos são escolhidos na base dos dados da inteligência russa, síria, iraquiana e iraniana. Se usam armamentos de alta precisão.
O embaixador da Síria para a Rússia, Riad Haddad, confirmou antes que os ataques são realizados contra os agrupamentos armados, nem a oposição ou civis. Segundo ele, cerca de 40% das infraestruturas jihadistas no país árabe foram destruídas desde o início das operações militares russas.