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Brasil-Rússia, relações a longo prazo: Não adianta só atingir a meta de $10 bilhões

© agência-photohost / Acessar o banco de imagensVladimir Putin e Dilma Rousseff durante a reunião no âmbito da cúpula dos BRICS em Ufá
Vladimir Putin e Dilma Rousseff durante a reunião no âmbito da cúpula dos BRICS em Ufá - Sputnik Brasil
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O Brasil deve ter consciência do seu significado internacional, diz o sociólogo.

“A fase atual das relações russo-brasileiras é muito importante”, disse o sociólogo brasileiro Pavel Grass, que trabalha na PUC-Rio, que agora está visitando a Rússia.

Falando com a Sputnik Brasil, explicou que é importante maior diálogo entre países “tanto no âmbito bilateral, como no âmbito dos BRICS”, uma entidade que ele considera principalmente como uma plataforma política.

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Tal plataforma política serve também para o “desenvolvimento das relações bilaterais no âmbito comercial e econômico”, sendo “como um trampolim” para este desenvolvimento.

Neste ano da presidência russa nos BRICS, o segmento político está se desenvolvendo a um ritmo bastante acelerado. Depois do primeiro evento relevante, a cúpula presidencial em Ufá (unida com a da Organização de Xangai para Cooperação – SCO), seguiram encontros ao nível ministerial. Em outubro, já foram realizados encontros dos ministros da Agricultura (com a participação da MAPA, Kátia Abreu, que inaugurou o stand brasileiro em uma exposição temática russa), da Indústria e da Comunicação.

Na área social, tudo parece estar se desenvolvendo também. Umas semanas depois da cúpula em Ufá, naquela mesma cidade teve lugar o Fórum da Juventude dos BRICS. Já na semana que vem, terá lugar a Cúpula Global de Universidades dos BRICS, que provavelmente irá desenvolver o processo de internacionalização e integração do ensino e vida acadêmica, acordado em um evento do ano passado.

O geopolitólogo Grass aponta que para se ter uma relação forte, é preciso fomentar também outras áreas, além de economia e política:

“No que diz respeito às relações entre o Brasil e a Rússia, eu acho que chegou a hora de olhar com mais cuidado e atenção as relações ao longo prazo. Não somente atingir a meta de 10 bi que foi estipulado entre os nossos governos, mais defender de uma forma mais ampla no âmbito ideológico e cultural, o que nós queremos com a nossa amizade em 20, 30, 50 anos. Ou seja, uma visão geoestratégica de longo prazo”.

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Quanto à área comercial, assunto que foi mencionado até na cúpula em Ufá, os países estão se esforçando para fomentar o processo da cooperação. O cientista Grass comentou inclusive sobre uma nova estrutura que está sendo criada que visa facilitar as relações russo-brasileiras (e brasileiro-russas):

“Nós estamos criando uma infraestrutura agora no Rio de Janeiro, com um parceiro da Rússia. A empresa se chama Vostok Marketing e Consultoria. É uma empresa privada que estará voltada para pesquisa de consultoria de interesses institucionais, acadêmicos e comerciais tanto do lado dos russos no Brasil como dos brasileiros na Rússia. A ideia é criar uma ponte pra facilitar e multiplicar projetos e negócios entre empresas de mais diferentes setores”.

O estudioso de geopolítica lembrou ainda que há uma série de projetos bilaterais assinados inclusive durante o encontro Fórum Empresarial Brasil-Rússia: Direções Estratégicas de Cooperação, que abrangem a área da farmacêutica, aeroespacial e da infraestrutura.

Mais cedo neste ano, uma empresa russa apresentava em um fórum dos BRICS a sua tecnologia que podia, segundo afirmava, ser útil na solução da crise hídrica do Brasil.

Para Pavel Grass, os BRICS, um grupo ainda jovem precisam criar um mecanismo de diálogo para ter “mais informações um sobre o outro, para que entendam melhor o potencial de cada lado”.

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