O diplomata desmentiu a informação de acordo com a qual a Rússia estaria planejando abrir uma base militar em Cuba:
“Não temos nenhuns planos de abrir uma base militar em Cuba. Nunca se falou nisso. As relações com Cuba se desenvolvem numa outra direção. As questões da capacidade de defesa das Forças Armadas cubanas são um aspeto completamente diferente, mas não são fundamento para dizer que iremos alegadamente criar alguma coisa”.
No entanto, Moscou planeja abrir na ilha um centro de manutenção e reparação aeronáutica.
“Historicamente tem acontecido que um dos campos [de parceria com os países da América Latina] mais requeridos é o fornecimento dos nossos helicópteros”, disse Aleksandr Schetinin, acrescentando que o apoio logístico é uma parte integrante do fornecimento. Os centros de apoio logístico terão um caráter regional. Segundo o diplomata, em Cuba poderá ser criado um desses centros. Em novembro, uma delegação russa visitará Havana onde será discutida a possibilidade de firmar um acordo.
Quanto às relações cubano-americanas, o diretor do Departamento Latino-Americano considera que Cuba tem todas as razões para reaver a base de Guantánamo.
“Sem dúvida, o governo cubano tem todas as razões para levantar a questão da devolução do território de Guantánamo à república cubana. É uma reivindicação que existe como um dos componentes do processo de normalização das relações entre os dois países – EUA e Cuba”, disse o diplomata, destacando que é um processo difícil de ponto de vista jurídico.
Apesar da normalização das relações entre os dois países, a Rússia não vai alterar a política ou diminuir a cooperação com Cuba.
“Acho que não há chances disso, porque estamos ligados a Cuba por tradições não somente de cooperação, mas relações estreitas e cordiais. É o nosso patrimônio, é o que foi atingido por muitas gerações de russos e cubanos”, afirmou Aleksandr Schetinin.
Em dezembro do ano passado, os países se declararam dispostos a normalizar as relações.
Além disso, em 2009 quando se tornou presidente, Barack Obama prometeu fechar a prisão de Guantánamo, embora ainda não o tenha feito. A Administração pede regularmente ao Congresso para apoiar a decisão.
Apesar dos planos de encerrar a prisão, Washington não planeja fechar a base militar.