O presidente da comissão, deputado Abas Rajaei, disse que a República Islâmica do Irã prevê que em 20 anos sua população passará dos 80 milhões atuais para 150 milhões, e o crescimento será acompanhado por aumento da produção própria e da importação de alimentos. A reunião com a ministra da Agricultura foi presenciada pelo embaixador do Irã no Brasil, Mohammad Ali Ghanezadeh, e pelo deputado federal Wadson Ribeiro (PCdoB-MG).
De acordo com Rajaei, os iranianos consomem diariamente, em média, 29 gramas de proteína, e o governo pretende dobrar esse consumo em 15 anos, o que poderá significar grandes oportunidades de negócios para o Brasil, que é o principal fornecedor de carne bovina para o Irã.
Segundo Rajaei, Brasil e Irã mantém boa colaboração nos últimos anos, e “desejamos que se desenvolva ainda mais”. Ele ressaltou que apesar de países mais próximos ao Irã, geograficamente, como Cazaquistão, Ucrânia e Austrália, poderem oferecer os produtos agrícolas necessários, “queremos continuar nosso bom relacionamento comercial com o país amigo que é o Brasil”.
A ministra disse, segundo a Agência Brasil, que o Brasil está pronto para ampliar as exportações de carne bovina. “Temos todas as condições de ajudar a cumprir essa importante meta de aumentar o consumo de proteína no país”, destacou ela, e acrescentou que o Brasil prioriza o cuidado com normas sanitárias e fitossanitárias, a fim de transmitir confiança aos consumidores internos e externos. Kátia Abreu disse ainda que os produtores brasileiros têm amplas condições de cumprir as exigências do abate halal (forma como os animais devem ser abatidos para consumo dos muçulmanos).
A missão iraniana faz parte da estratégia de aumento do comércio bilateral, atualmente favorável ao Brasil, que no ano passado exportou US$ 1,4 bilhão para o Irã e importou apenas US$ 5 milhões em produtos daquele país. O Brasil vendeu principalmente milho em grão (60,9%), carne bovina (19%), farelo de soja (7,1%) e açúcar (6,7%), informou a Agência Brasil, enquanto as compras maiores foram de uvas (31,6%), polímeros plásticos (29%) e objetos de vidro para uso doméstico (7,6%).