Cohen diz que o presidente russo Vladimir Putin possui mais cartas na manga do que podem imaginar os seus críticos ferrenhos. Segundo ele, a Rússia é perfeitamente capaz de alcançar seus principais objetivos militares na Síria, mas o mesmo não pode ser dito sobre os EUA.
Os esforços de Moscou em recuperar sua influência no Oriente Médio parecem já estar dando frutos, escreve o observador. Na sua opinião, ao se reunir com o presidente sírio Bashar Assad em Moscou, no dia 12 de outubro, Putin deu a entender que a partir de agora é a Rússia que está no comando na Síria.
O autor destaca que o principal problema da Europa são os migrantes, enquanto que o principal objetivo dos EUA é de enfraquecer as posições dos Estado Islâmico. Nessas condições não é de se excluir que o Ocidente poderá aceitar, apesar de não abertamente, um acordo em que Assad continuaria no poder seja em sua função nominal, seja no âmbito de um longo processo de transferência de poder.
Mas, naturalmente, a cooperação russa também terá seu preço para o Ocidente. Na opinião do analista, a Rússia exigirá ser incluída em todos os diálogos sobre uma arquitetura geopolítica mais ampla no Oriente Médio. O autor destaca, no entanto, que Moscou já conseguiu avançar nesse sentido mesmo sem o apoio do Ocidente, o que pode ser comprovado pelo seu atual diálogo com líderes de países do Golfo Pérsico e Jordânia após conversas com Assad.
Cohen conclui que se o cenário sírio seguir o plano da Rússia, Putin poderá surpreender a todos com mais uma vitória geopolítica.