Uma das expoentes nas críticas ao monopólio midiático foi Patricia Villegas, presidente da rede estatal venezuelana Telesur, que defendeu a manutenção de uma política voltada para a defesa “dos povos invisibilizados pela hegemonia midiática.”
Nas palavras de Villegas, “um dos princípios da Telesur foi apostar numa outra forma de narrar os fatos, não sucumbir às pressões de outros meios de informação e sustentar que a realidade tem dinâmicas variadas além do fato de que as fontes são múltiplas e diversificadas.”
De acordo com os organizadores da Convenção de Rádio e Televisão Cuba 2015, participaram do evento representantes de 35 países de todos os continentes. O encontro aconteceu no Palácio de Convenções de Havana e teve como objetivo “construir um espaço comum de intercâmbio entre criadores, técnicos, jornalistas e demais especialistas na área da comunicação”.
Entre os delegados participantes da Convenção, o consenso era de que “o colonialismo cultural responde à hegemonia midiática que financia órgãos vinculados à direita internacional”.
Ainda de acordo com os organizadores, a Convenção de Rádio e Televisão Cuba 2015 traçou as metas de “elevar a qualidade das obras produzidas pelo rádio e pela televisão, estimular o intercâmbio de ideias, promover a cooperação e a comercialização de tecnologia entre emissoras irmãs, respeitar a identidade dos povos e atuar em defesa do desenvolvimento cultural de cada nação”.
Danilo Sirio, presidente do Instituto Cubano de Rádio e Televisão, em sua fala na abertura do evento, se manifestou sobre os propósitos da Convenção e em particular sobre a situação das comunicações em Cuba, sob mais de meio século de sanções por parte dos Estados Unidos:
“O bloqueio a que nossa nação durante anos foi submetida provocou prejuízos tecnológicos assim como reduziu a participação de nossos criadores no cenário internacional, mas não apagou a consciência, a responsabilidade e a dedicação de quem trabalha nos estúdios de rádio e televisão de Cuba”.