A aliança militar ocidental demonstrou sua prontidão de combate durante a fase ativa das manobras, que começou em 21 de outubro e termina hoje. Sediados na Espanha, na Itália e em Portugal, bem como no Mar Mediterrâneo e no Oceano Atlântico, os exercícios da OTAN, já considerados os maiores da aliança em mais de uma década, envolvem mais de 36.000 soldados, 140 aeronaves e 90 navios e submarinos de 30 Estados membros e parceiros.
De acordo com Eisenberg, o Trident Juncture "reflete a crescente tensão entre a Rússia e os Estados Unidos” e constitui “uma óbvia tentativa de exibir poderio militar num momento de rivalidade intensificada".
Copresidente do grupo de trabalho legislativo da organização Unidos pela Paz e Justiça, Eisenberg disse ainda que os ativistas pela paz nos Estados Unidos há muito tempo acreditam que a política de expansão da OTAN é um erro.
"Pensamos que a política norte-americana deve ter como objetivo a desmilitarização da Europa, em vez de um aumento da atividade militar em ambos os lados. Seja no Oriente Médio ou em assuntos estritamente europeus, a necessidade urgente é de uma maior ênfase na diplomacia e de uma renúncia ao uso da força", recomendou a analista.
As relações entre a Rússia e a OTAN vêm se deteriorando drasticamente desde o ano passado, depois que a Crimeia foi reintegrada à Rússia (por vontade expressa da população local), e à medida que os combates começaram no leste da Ucrânia.
Moscou, por sua vez, rejeita veementemente as acusações relacionadas ao seu suposto envolvimento no conflito da Ucrânia e afirma que as atividades intensificadas da OTAN perto de suas fronteiras ocidentais minam a estabilidade regional e global.
Os exercícios Trident Juncture, sob a liderança dos EUA, desencadearam manifestações anti-OTAN na Espanha, em Portugal e na Itália durante o mês passado.