“Atualmente consideramos o Talibã como um parceiro importante no processo de reconciliação realizado sob a chefia das autoridades afegãs… Não realizamos operações ativas contra o Talibã”.
O especialista político afegão Masoud Matin comentou a afirmação do representante norte-americano à Sputnik e a chamou “de declaração mais honesta durante a missão de 14 anos no Afeganistão”:
“A luta contra o terrorismo no nosso país? Eles estavam interessados só no acesso aos recursos minerais do Afeganistão mesmo, tal como os países vizinhos; além disso, havia o objetivo de fortalecer a influência sobre os rivais – Rússia e China. Os militantes do Talibã, al-Qaeda ou Estado Islâmico… Todos eles servem o Pentágono, todos eles, por ordem de Washington, no tempo certo mudam a roupa e entram na arena política afegã com ‘novos’ lemas e armas ocidentais”.
O especialista Vahid Mouzhdeh considera que o Pentágono tem se confundido:
“Talvez o Pentágono se quisesse referir às negociações com o Talibã no Qatar? Ou com algum outro grupo?… Parece que os EUA estão embaraçados. Não têm uma posição firme quanto ao Talibã. Eles mesmos não entendem o que querem e o que é necessário fazer. Por isso hoje eles dizem uma coisa, amanhã dizem outra”.
A situação no Afeganistão se deteriorou muito nos últimos meses pois o Talibã, que antes controlada principalmente áreas agrícolas do país, reagrupou suas forças e lançou diversas ofensivas contra as do país cidades.
Ao final de setembro, os terroristas tomaram a cidade de Kunduz, no norte do Afeganistão, e atualmente estão atacando Ghazni, centro administrativo da província localizada a sudoeste da capital, Cabul.
Desde o início deste anos, ataques terroristas no território afegão mataram mais de 3.500 pessoas e feriram aproximadamente 7.000, de acordo com dados do Estado-Maior da Rússia.