A aguardada queda da direita, organizada pelo PS com apoio de PCP, Bloco de Esquerda e PEV, abre caminho para uma mudança radical no legislativo português, refletindo o desejo manifestado pelo povo nas eleições de outubro, quando a esquerda conquistou a maioria na Assembleia.
Logo após o anúncio da decisão no parlamento, pelo presidente da Casa, Eduardo Ferro Rodrigues, grupos políticos entusiasmados com o resultado da votação começaram a discutir a necessidade de pressionar o presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, para que agilize a posse de um executivo legítimo, com maioria para governar.
De acordo com a Constituição de Portugal, não há um prazo oficial para que o chefe de Estado anuncie um novo nome para o cargo de primeiro-ministro, o que significa que o premier Passos Coelho continuará exercendo suas funções por tempo indeterminado, porém com poderes limitados pelo critério da "estrita necessidade" dos atos de sua gestão.