A adesão a um novo modelo para medir a riqueza e o desenvolvimento no Brasil está em discussão no Senado desde a Rio+20, a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, que ocorreu em 2012.
De acordo com o relator da matéria, senador João Capiberibe (PSB-AP), além da divulgação do PIB – Produto Interno Bruto, que é a soma de todas as riquezas produzidas pelo país, o IBGE vai calcular e divulgar o índice que inclui o patrimônio ecológico nacional. Ele explica que o novo índice vai levar em consideração as consequências ambientais do crescimento econômico e os aspectos da biodiversidade, da fauna e da flora brasileira.
“A publicação periódica do PIB Verde, em complementação à do PIB, permitirá que avaliemos a qualidade do desenvolvimento brasileiro. Com a disponibilização de ambos os índices, será possível identificar se estamos produzindo riqueza ou se estamos apenas consumindo o patrimônio ecológico nacional que nos foi reservado, bem como perceber se estamos constituindo passivo ambiental a ser entregue às gerações futuras”.
O senador Jorge Viana (PT-AC) analisa que o tradicional PIB criado na década de 1930 está obsoleto e não tem mais como avaliar o bem-estar de uma sociedade. Para ele, hoje, o Brasil precisa de um novo indicador, que leve em conta os aspectos sociais e ambientais.
“O cidadão está mudando, mas eu acho que indicadores como o PIB não mudaram. Esse é um indicador do século passado. Eu acho que o mundo só vai pôr os pés no século 21 quando nós nos basearmos por um indicador completo ou diferenciado em relação ao PIB”.
O projeto propõe que a metodologia de cálculo do PIB Verde deve ser debatida em conjunto pela sociedade, governo e pelo Congresso Nacional antes de se tornar um índice oficialmente adotado no Brasil. Depois de ser aprovada na Câmara dos Deputados e pela Comissão de Meio Ambiente do Senado, a proposta agora vai ser analisada pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.